10 destinos coloniais em Minas que parecem ter parado no tempo

Descubra vilarejos mineiros que mantêm viva a alma do Brasil colonial. História, paisagens e tradições te esperam nessa viagem no tempo

Escrito por:
Igor Souza

Publicado em:
30/07/2025

Minas Gerais é um verdadeiro santuário da história brasileira. Em seus cantos mais discretos, longe dos circuitos turísticos tradicionais, sobrevivem vilarejos onde o tempo parece ter estagnado entre igrejas barrocas, ruas de pedra e tradições centenárias. Neste artigo, reunimos dez destinos que preservam com autenticidade a alma colonial do estado — ideais para quem busca conexão com a cultura, natureza e história.

1. Ipoema, distrito de Itabira (MG)

Escondido entre serras e vales, Ipoema é um convite à contemplação e ao resgate de um estilo de vida simples. O distrito pertence a Itabira e fica a cerca de 130 km de Belo Horizonte, com acesso pela BR-381 e pela estrada que liga a sede municipal à Serra do Cipó.

Além das casas em estilo colonial, o distrito é conhecido pelo Museu do Tropeiro, que guarda objetos e memórias do tempo em que as tropas cortavam a região rumo ao interior do país. A paisagem ao redor é marcada por cachoeiras, trilhas e estradas de terra que mantêm viva a ligação com o passado.

2. Milho Verde, distrito de Serro (MG)

Entre montanhas e campos floridos, Milho Verde encanta pela aura poética e pela tranquilidade. Localizado a cerca de 300 km da capital, o distrito integra o município do Serro e faz parte da Serra do Espinhaço.

Com construções em taipa e madeira, capelas antigas — como a de Nossa Senhora do Rosário — e festas religiosas tradicionais, Milho Verde preserva a essência do barroco rural mineiro. A vista para o Pico do Itambé completa a experiência com beleza natural de tirar o fôlego.

3. Cocais, distrito de Barão de Cocais (MG)

A apenas 100 km de Belo Horizonte, Cocais é um refúgio histórico com um dos casarios mais bem preservados da região central de Minas. Suas ruas de pedra, ladeiras suaves e igrejinhas em estilo colonial guardam a memória da época do ouro.

Além do valor arquitetônico, o distrito oferece trilhas para cachoeiras e paisagens montanhosas que atraem quem busca um turismo mais intimista. A Capela de Santana, situada no alto de uma colina, é um dos marcos simbólicos da localidade.

4. Brumal, distrito de Santa Bárbara (MG)

Brumal é daqueles lugares que parecem esquecidos pelo tempo — no melhor sentido. Localizado a cerca de 120 km de BH, o distrito guarda relíquias do século XVIII, como a Capela de São José, cercada por um casario colonial autêntico.

Com festas religiosas tradicionais, como a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, e um povo acolhedor que preserva a oralidade das lendas locais, Brumal é destino ideal para quem busca história viva e vivência cultural.

5. Lavras Novas, distrito de Ouro Preto (MG)

A 120 km da capital mineira, Lavras Novas mistura ares de vila histórica com o charme de um destino turístico vibrante. O distrito faz parte de Ouro Preto, mas tem personalidade própria, com sua igreja matriz, construções antigas e ruas floridas.

No alto da serra, cercada por paisagens de cerrado e montanha, a vila abriga pousadas charmosas, restaurantes e trilhas que levam a mirantes e cachoeiras. A arquitetura colonial, combinada ao artesanato local, dá ao lugar uma atmosfera única.

6. Glaura, distrito de Ouro Preto (MG)

Menos conhecida que outras vilas de Ouro Preto, Glaura é um segredo bem guardado. Situada às margens da antiga Estrada Real, a cerca de 90 km de BH, ela preserva o traçado urbano original do período colonial.

Com capelas barrocas, casas em adobe e festas religiosas tradicionais, Glaura é ideal para quem busca sossego, história e autenticidade. A paisagem rural ao redor completa o cenário com campos, riachos e colinas suaves.

7. Bichinho, distrito de Prados (MG)

Vizinho de Tiradentes e integrante do município de Prados, Bichinho é um dos destinos coloniais mais visitados de Minas — mas sem perder seu charme original. A arquitetura típica, a Capela de Nossa Senhora da Penha e o artesanato autoral dão vida ao vilarejo.

A cultura local se mistura ao cotidiano de ateliês, oficinas de móveis e restaurantes que valorizam os sabores da roça. Ainda que mais turístico que outros da lista, Bichinho preserva a alma de um vilarejo mineiro do passado.

8. Chapada, distrito de Ouro Preto (MG)

Chapada surpreende pela integridade do patrimônio histórico e pela relação harmoniosa com a natureza. O distrito, que fica na rota entre Ouro Preto e Lavras Novas, é cercado por morros e matas nativas, com um casario bem preservado.

Com a Capela de Nossa Senhora da Soledade e ruas de calçamento irregular, Chapada remete à formação das vilas coloniais do século XVIII. O clima de interior mineiro se mantém forte, com festas típicas e hospitalidade local.

9. São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto (MG)

Famoso por seu doce de goiaba artesanal, São Bartolomeu é um daqueles lugares onde se respira história. Com acesso fácil por estrada asfaltada, a cerca de 20 km da sede de Ouro Preto, o distrito oferece um mergulho na cultura mineira.

Sua igreja matriz em estilo barroco, as casas coloridas e o Festival do Doce mantêm viva uma tradição secular. O Rio das Velhas, que corta o vilarejo, completa o visual bucólico com suas margens arborizadas e clima de paz.

10. Santa Rita Durão, distrito de Mariana (MG)

No alto de uma colina, com vista para as montanhas e vales da região dos Inconfidentes, Santa Rita Durão guarda a simplicidade de uma vila que respeita suas raízes. Localizada a cerca de 120 km da capital, pertence a Mariana, uma das cidades históricas mais emblemáticas do país.

A igreja matriz, dedicada à santa que dá nome ao distrito, é um dos símbolos do local. O ambiente pacato, a tradição religiosa e a hospitalidade dos moradores tornam Santa Rita Durão um destino que toca o coração de quem visita.

+ Leia também: Turismo em ascensão, Brumal ganha espaço entre os melhores roteiros mineiros

Perguntas frequentes sobre os vilarejos coloniais de Minas Gerais
  • Esses destinos são indicados para que tipo de viagem? Ideais para quem busca turismo histórico, cultural e de contemplação, longe das rotas comerciais.

  • Como é o acesso a esses distritos? A maioria tem acesso por estradas asfaltadas ou de terra em boas condições, mas algumas rotas exigem atenção redobrada.

  • Qual a melhor época para visitar? Entre maio e agosto, quando o clima é mais seco e agradável para passeios a pé e eventos religiosos.

  • Esses lugares têm opções de hospedagem? Sim. Muitos contam com pousadas rústicas, chalés e hospedagens familiares que mantêm o clima local.

  • É possível visitar mais de um destino no mesmo roteiro? Sim. Vários distritos ficam próximos entre si e podem ser incluídos em roteiros combinados, como Lavras Novas, Chapada, Glaura e São Bartolomeu.

Por que esses lugares encantam tanto?

O que une todos esses destinos é mais do que o estilo colonial de suas construções. É o modo como resistem ao tempo e às transformações, mantendo vivo um pedaço do Brasil que muitas vezes só conhecemos pelos livros de história. Ao visitar essas cidades históricas e turísticas em Minas Gerais, o turista não apenas vê — ele vivencia um passado que pulsa no presente.

Descubra o colonial mineiro com os próprios olhos

Cada uma dessas vilas representa uma oportunidade rara de contato com a autenticidade. Seja em uma festa tradicional, no silêncio de uma capela barroca ou no sabor de um prato típico feito no fogão a lenha, a experiência é profunda. Escolha um destino, arrume as malas e descubra um pedaço de Minas que resiste — e encanta — com sua história.

Sobre o autor:

Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.

Orelhão no centro historico e turistico de Ipoema, Minas Gerais
Orelhão no centro historico e turistico de Ipoema, Minas Gerais

Ipoema/MG - Foto: Igor Souza

Posts que você pode gostar