3 vilarejos de Minas onde a vida corre em outro ritmo
Descubra Glaura, Brumal e Três Barras, vilarejos de Minas Gerais onde o tempo desacelera e a vida rural preserva tradições, cultura e histórias únicas
Em Minas Gerais, existem vilarejos onde o compasso da vida não se mede pelo relógio, mas pelas tradições, pelo toque do sino das igrejas e pelos encontros comunitários. Neles, a simplicidade resiste, convidando o visitante a experimentar a calma e a autenticidade do interior. Glaura, Brumal e Três Barras são três exemplos dessa essência mineira.
Distritos e vilas com raízes coloniais.
Igrejas e festas que seguem vivas.
Paisagens que reforçam o cotidiano rural.
Glaura ainda preserva a memória da Guerra dos Emboabas?
Glaura, também chamada Casa Branca, é distrito de Ouro Preto e está ligado a episódios históricos como a Guerra dos Emboabas. Suas ruas calmas de pedra, o casario colonial e a matriz são testemunhos de um passado que atravessou séculos sem se perder. A paisagem urbana guarda a atmosfera de um tempo em que as vilas surgiam como pontos de passagem de bandeirantes.
A vida local mantém forte vínculo com o campo. Famílias dedicam-se à pecuária leiteira e à produção artesanal de queijos e doces, que fazem parte da identidade regional. Quem visita encontra quitandas típicas e hospitalidade, além de um ambiente que combina memória e simplicidade.
O que caracteriza Glaura hoje:
Arquitetura colonial e ruas de pedra.
Produção artesanal de quitandas e queijos.
Vínculo histórico com os conflitos coloniais.
Brumal: a fé na Matriz de Santo Amaro molda o vilarejo
Brumal, distrito de Santa Bárbara, nasceu durante o ciclo do ouro e cresceu em torno da Igreja Matriz de Santo Amaro, construída no século XVIII. Em 1874, com a criação da freguesia de Santo Amaro do Brumado, a capela foi elevada a matriz. Hoje, a igreja é o principal marco religioso e cultural do distrito, tombada como patrimônio pelo IEPHA.
A vida cotidiana em Brumal ainda gira em torno das celebrações religiosas e do senso de comunidade. Festas como Folia de Reis mantêm tradições seculares, enquanto o casario simples e as serras do entorno reforçam a atmosfera acolhedora. É um lugar onde a fé, a cultura e o ambiente natural se entrelaçam.
Três Barras é apenas mais um distrito do Serro?
Três Barras, distrito do Serro, mostra como os vilarejos mineiros preservam modos de vida singelos. Embora menos conhecido que a sede, mantém forte religiosidade e costumes rurais que atravessam gerações. A igreja é ponto de referência, e as festas populares reúnem moradores em momentos de partilha e convivência.
A paisagem ao redor reforça esse ambiente: serras, pequenas propriedades rurais e ruas tranquilas criam um cenário marcado pela simplicidade. Quem visita encontra uma comunidade que valoriza a memória, mas também sabe manter vivo o ritmo da vida rural. É nesse compasso lento que o distrito se diferencia.
Vilarejos que revelam a essência mineira
Apesar das diferenças geográficas e históricas, Glaura, Brumal e Três Barras compartilham características fundamentais. São comunidades em que igrejas seguem como centros sociais, festas religiosas mantêm a coesão comunitária e o trabalho no campo define o dia a dia. O visitante encontra nesses lugares um retrato fiel do interior mineiro.
A oralidade e a memória coletiva também são traços comuns. Relatos de festas, histórias familiares e tradições culinárias criam uma identidade que não se perde. Esses elementos ajudam a entender como a diversidade de Minas Gerais se manifesta nos distritos e vilarejos, não apenas nas cidades históricas famosas.
Semelhanças entre os vilarejos:
Igrejas centrais como marcos comunitários.
Festas e tradições transmitidas por gerações.
Vida rural em harmonia com a paisagem.
Por que visitar esses lugares hoje?
Visitar Glaura, Brumal e Três Barras é uma oportunidade de desacelerar e se reconectar com experiências humanas genuínas. Esses vilarejos não oferecem grandes atrações turísticas, mas sim a chance de caminhar por ruas silenciosas, conversar com moradores e observar tradições vivas no cotidiano.
Além do valor cultural, há também um aprendizado: compreender que a riqueza de Minas não está apenas em monumentos grandiosos, mas no jeito de viver das comunidades pequenas. Cada festa, cada receita de doce ou queijo e cada relato oral é uma peça que compõe o mosaico mineiro.
+ Leia também: Estrada Real: 8 paradas obrigatórias entre Congonhas e Diamantina
Viagem ao compasso do interior mineiro
Em Glaura, a herança colonial se mistura ao sabor das quitandas; em Brumal, a Matriz de Santo Amaro guarda a fé de gerações; em Três Barras, a vida rural dita o ritmo das serras. Juntos, esses vilarejos revelam um lado de Minas que continua vivo e resistente.
Explorá-los é aceitar um convite para desacelerar, ouvir histórias e valorizar tradições. Cada um guarda um pedaço da memória do estado, mas unidos mostram a diversidade cultural mineira. Quem se dispõe a percorrer esses caminhos descobre que, em muitos lugares, a vida ainda corre em outro ritmo.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Três Barras/MG - Foto: Igor Souza