5 pequenos destinos mineiros que guardam memórias inesquecíveis

Conheça cinco destinos mineiros como Curralinho, Queluzito, Vau, Casa Grande e Glaura: pequenas joias repletas de história, natureza e cultura – planeje sua viagem

Escrito por:
Igor Souza

Publicado em:
27/09/2025

Em Minas Gerais, muitos viajantes se concentram nas cidades mais conhecidas, mas há localidades menores que guardam preciosas memórias. Curralinho, Queluzito, Vau, Casa Grande e Glaura são exemplos de lugares que preservam tradições, religiosidade e paisagens marcantes. Ao conhecê-los, o visitante descobre um outro lado do estado, feito de simplicidade e histórias vivas.

  • Vilarejos ligados ao ciclo do ouro e do diamante.

  • Igrejas e praças que ainda marcam o cotidiano.

  • Comunidades que mantêm modos de vida tradicionais.

Curralinho ainda mantém viva a memória da mineração?

Curralinho, oficialmente chamado Extração, é distrito de Diamantina. O nome popular permanece usado porque remete ao passado do lugar, que floresceu no período da mineração de diamantes. Ali funcionava a chamada “Real Extração”, ligada à Coroa Portuguesa, e muitos registros mostram que o distrito foi importante ponto de controle e passagem de mercadorias. Caminhar por suas ruas estreitas e observar as construções simples é revisitar esse tempo histórico.

Atualmente, Curralinho é pequeno em população, mas grande em identidade. O distrito possui atrativos que unem história e natureza, como a Ponte do Acaba Mundo sobre o rio Jequitinhonha e a Gruta do Salitre, conhecida por sua acústica natural. Quem visita encontra também cachoeiras próximas e um clima de interior que se mantém, mesmo a apenas 30 quilômetros da sede de Diamantina.

Principais atrativos em Curralinho:
  • Gruta do Salitre, cenário histórico e natural.

  • Ponte do Acaba Mundo sobre o rio Jequitinhonha.

  • Cachoeiras escondidas no entorno rural.

Queluzito preserva fé e tradição em sua Igreja Matriz

Queluzito é um município pequeno, situado no Campo das Vertentes, e sua história começa no século XVIII. O povoado nasceu em torno da Igreja Matriz de Santo Amaro, erguida por moradores que buscavam um espaço religioso. Essa igreja se tornou o ponto de referência do lugar e até hoje é central na vida da comunidade. O nome Queluzito veio depois, em alusão a um mineral da região chamado “queluzita”.

O visitante encontra na cidade um ambiente tranquilo, marcado por casario simples e praças arborizadas. As festas religiosas continuam a ser momentos de encontro, reunindo moradores e preservando tradições como Folias de Reis e Congadas. Ao mesmo tempo, a natureza que circunda o município convida a caminhadas e momentos de contemplação, mostrando como história e cotidiano se entrelaçam.

Vau: comunidade às margens do Jequitinhonha

O povoado de Vau, distrito do Serro, deve seu nome ao trecho raso do rio Jequitinhonha, usado como ponto de travessia desde o período colonial. Por estar no caminho da Estrada Real, Vau se transformou em referência para tropeiros e viajantes, que utilizavam o local como passagem segura. A função histórica de travessia permanece na memória oral de seus moradores.

Hoje, a comunidade é pequena e conserva a simplicidade do interior. Casas modestas, igreja local e ruas tranquilas formam o cenário. O ritmo de vida é lento e acolhedor, e muitos habitantes ainda praticam agricultura e pecuária de subsistência. Vau não é um destino turístico movimentado, mas justamente por isso encanta quem procura experiências autênticas em Minas Gerais.

Casa Grande e a herança de seu nome curioso

Casa Grande, município da microrregião de Conselheiro Lafaiete, tem origem em uma construção antiga que chegou a abrigar várias famílias sob o mesmo telhado. Essa peculiaridade deu nome ao lugar, que mais tarde se emancipou como cidade. Hoje, com pouco mais de 3 mil habitantes, preserva uma identidade marcada pela vida rural e pela produção agropecuária.

Além de sua história, Casa Grande também atrai pela natureza e pelo patrimônio religioso. A Serra do Pombal é um dos pontos de destaque, com trilhas, grutas e cachoeiras. A Igreja de São Sebastião é central na vida comunitária, enquanto pequenos ateliês de artesanato e produção agrícola reforçam a economia local.

O que visitar em Casa Grande:

  • Serra do Pombal, com paisagens e trilhas.

  • Gruta do Morcego, entre os atrativos naturais.

  • Igreja de São Sebastião, ponto religioso da comunidade.

O que torna Glaura um distrito especial de Ouro Preto?

Glaura, também conhecida como Casa Branca, é um dos distritos de Ouro Preto. Criado no período colonial, esteve ligado às rotas de bandeirantes e a episódios como a Guerra dos Emboabas. Apesar da história marcada por disputas, o distrito conserva até hoje a serenidade de suas ruas de pedra, casas coloniais e pequenas praças.

A vida rural é um dos pilares da comunidade, que se destaca pela produção de leite e de doces caseiros. O visitante encontra compotas, queijos e quitandas que representam a cozinha mineira em sua forma mais autêntica. Glaura é, portanto, um destino que une passado histórico e cotidiano simples, sendo um complemento ideal para quem visita Ouro Preto.

O que esses cinco destinos revelam sobre Minas Gerais?

Quando reunimos Curralinho, Queluzito, Vau, Casa Grande e Glaura, percebemos que cada um reflete uma face diferente da identidade mineira. Todos têm em comum a presença de igrejas como centro da vida social, a oralidade das tradições e a forte ligação com a natureza e o trabalho no campo. A religiosidade e o senso de comunidade são traços que permanecem vivos.

Esses lugares também mostram que a história de Minas não está apenas nas grandes cidades turísticas, mas espalhada por vilarejos e distritos. Ao visitá-los, o viajante entra em contato com memórias vivas que se mantêm no cotidiano. Mais que pontos turísticos, eles são comunidades ativas que preservam e compartilham experiências.

Semelhanças entre os destinos:

  • Forte religiosidade e presença de capelas ou igrejas.

  • Vida comunitária marcada por tradições orais.

  • Relação direta com a natureza e o campo.

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Viagem por memórias vivas em Minas Gerais

Explorar esses cinco destinos é experimentar Minas Gerais de forma mais íntima. Em Curralinho, a memória da mineração ainda ecoa. Em Queluzito, a fé e as festas populares se mantêm. Em Vau, o rio segue ditando o ritmo da vida. Em Casa Grande, a natureza se mistura à história de seu nome. E em Glaura, o sabor dos doces caseiros se soma ao silêncio das ruas de pedra.

Visitar esses lugares é mais do que buscar atrações: é entrar em contato com modos de vida que preservam tradições. São viagens que convidam à reflexão sobre o tempo e sobre o valor da memória coletiva. Ao incluí-los no roteiro, o visitante tem a chance de viver experiências genuínas e de carregar consigo lembranças que ultrapassam o olhar turístico.

Sobre o autor:

Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.

Igreja matriz na praça principal de Queluzito, cidade turisticas de Minas Gerais
Igreja matriz na praça principal de Queluzito, cidade turisticas de Minas Gerais

Queluzito/MG - Foto: Igor Souza

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