A vila mineira que esconde relíquias coloniais a 25 km de Ouro Preto

Explore um refúgio colonial com igrejas históricas, artesanato e natureza no caminho entre Ouro Preto e Itabirito

Escrito por:
Igor Souza

Publicado em:
10/08/2025

Um distrito entre serras, trilhas e memórias do ciclo do ouro

Entre serras, trilhas e memórias do ciclo do ouro, Amarantina é um dos distritos que preservam a essência colonial de Minas Gerais. Localizada a apenas 25 km de Ouro Preto, no caminho para Itabirito, a vila mantém no traçado das ruas, nas fachadas antigas e nos hábitos locais a herança deixada pelo período aurífero. O que já foi ponto de passagem ligado às antigas rotas do ouro hoje é um refúgio silencioso, ideal para quem busca desacelerar e viver o tempo com mais calma.

Pertencente a Ouro Preto, o distrito está cercado por montanhas, com um relevo típico da região central de Minas. O trajeto até lá já antecipa a beleza: paisagens verdes, riachos, trechos de cerrado e mata atlântica que se alternam, convidando a desacelerar e apreciar cada detalhe.

Simplicidade que guarda grandes histórias

Amarantina encanta justamente pela autenticidade. Ao chegar, o visitante encontra ruas tranquilas, casas com janelas coloridas e varandas de madeira, tudo preservado de forma espontânea. A arquitetura colonial discreta guarda fragmentos de séculos passados, revelando uma vila moldada pelo tempo e não pelo turismo de massa.

Cada muro de pedra, cada porta antiga e cada varanda carregam pedaços da memória mineira. É um destino que respira história no cotidiano e mantém viva uma identidade que, em muitos lugares, já se perdeu.

Tradição, fé e vida comunitária

Mais do que um conjunto de construções antigas, Amarantina é feita de pessoas e de vínculos. O ritmo de vida é calmo, os encontros acontecem nas calçadas e as conversas à sombra de uma árvore fazem parte da rotina.

A Igreja Matriz de São Gonçalo é o ponto de referência da comunidade. Suas festas religiosas, especialmente em honra ao padroeiro, reúnem moradores em momentos simples, mas de profundo significado. Essas celebrações fortalecem laços coletivos e preservam tradições que passam de geração em geração.

O cotidiano é marcado por gestos que mantêm viva a cultura local: receitas de família, cuidado com os espaços compartilhados e histórias contadas pelos mais velhos.

Motivos para visitar Amarantina

  • Patrimônio vivo — arquitetura colonial preservada e tradições transmitidas entre gerações.

  • Artesanato único — produção autêntica em pedra-sabão, feita por mestres locais.

  • Natureza integrada à história — trilhas, mirantes e paisagens que dialogam com o passado.

Artesanato e natureza lado a lado

Amarantina é também reconhecida por sua produção em pedra-sabão. Diferente de Ouro Preto, onde predominam peças polidas e decorativas, aqui os artesãos seguem um estilo mais rústico e funcional, produzindo panelas, tachos, imagens sacras e utensílios do dia a dia.

Grande parte das oficinas funciona nas casas dos próprios mestres, que muitas vezes recebem visitantes para mostrar o processo e compartilhar histórias. Levar uma peça para casa é levar também um fragmento da história e da terra do distrito.

Além da arte, a natureza se impõe. Trilhas e antigos caminhos de tropeiros levam a riachos, matas preservadas e mirantes naturais. Em pontos mais altos, é possível avistar áreas do município de Ouro Preto e serras vizinhas. É um convite para caminhar, pedalar ou cavalgar em meio ao silêncio e ao cheiro de terra molhada.

Experiência intimista e acesso fácil

Chegar a Amarantina é simples: pela BR-356, são cerca de 30 minutos saindo de Ouro Preto e aproximadamente 15 km a partir de Itabirito. A localização estratégica permite integrar o distrito a roteiros maiores, conectando cidades históricas e vilarejos artesãos.

Por estar fora das rotas turísticas mais concorridas, a experiência é intimista. Aqui, cada conversa na varanda ou caminhada ao entardecer tem o potencial de se transformar em memória.

Mesmo pequena, a vila oferece algumas experiências gastronômicas caseiras. Famílias locais, mediante agendamento, preparam refeições típicas, quitandas frescas, doces em compota e café coado no pano complementam a vivência.

+ Leia também: Mais que uma viagem, conheça 6 vivências que só Minas consegue proporcionar

Perguntas frequentes sobre Amarantina
  • Onde fica Amarantina? É um distrito de Ouro Preto, a 25 km do centro histórico e próximo a Itabirito.

  • O que fazer no distrito? Conhecer o centro histórico, visitar oficinas de pedra-sabão e explorar trilhas e mirantes.

  • É necessário agendar visita às oficinas? Algumas recebem visitantes espontaneamente, mas o agendamento garante atendimento personalizado.

  • Há restaurantes em Amarantina? Não muitos. A maioria das refeições é preparada por moradores mediante reserva.

  • Qual é a melhor época para visitar? O ano todo. No inverno, o clima é mais frio e propício para passeios tranquilos; na primavera, a paisagem fica mais florida.

Um convite à descoberta que vai além do óbvio

Se você está fugindo do turismo de massa e quer conhecer uma Minas mais autêntica, Amarantina é um ponto de partida perfeito. A poucos minutos de Ouro Preto, ela revela uma face menos explorada, porém igualmente rica e encantadora do estado. Não é preciso muito para se apaixonar: basta chegar, olhar com atenção e deixar-se envolver.

Prepare-se para reencontrar a essência do interior mineiro — em um lugar onde cada pedra conta uma história.

Sobre o autor:

Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.

Igreja histórica no distrito Amarantina de Ouro Preto, Minas Gerais
Igreja histórica no distrito Amarantina de Ouro Preto, Minas Gerais

Amarantina/MG - Foto: Igor Souza

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