Cânion em distrito mineiro impressiona com passarela natural
Descubra uma paisagem surpreendente em Ouro Preto: um cânion com passarela natural em meio às montanhas
Um refúgio natural e pouco conhecido nas montanhas de Ouro Preto
A poucos quilômetros da sede histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais, o distrito de Santo Antônio do Salto abriga uma das formações naturais destacadas da Serra do Espinhaço: o Cânion da Passarela do Funil. Com paredões de pedra moldados pela ação da água e do tempo, cercados por vegetação nativa, o local é um convite à contemplação e à aventura responsável. Ainda pouco explorado, mantém características de um cenário pouco modificado, onde o silêncio é tão marcante quanto a beleza.
Beleza natural rara e paisagem preservada
Distrito com atmosfera autêntica e ritmo tranquilo
Destino ideal para turismo consciente e contemplativo
Como é Santo Antônio do Salto e por que visitá-lo?
Localizado no município de Ouro Preto, Santo Antônio do Salto mantém traços da vida rural, com ruas de terra, pequenas capelas e casas simples que se integram à paisagem. É um lugar onde a hospitalidade mineira se manifesta no cumprimento na porta, na conversa na calçada e no café compartilhado com visitantes.
Embora ainda não seja um polo turístico consolidado, o distrito tem atraído trilheiros, fotógrafos e viajantes em busca de experiências fora do circuito tradicional. O Cânion da Passarela do Funil é o principal atrativo, mas não o único. A região reserva também riachos, matas e mirantes naturais que completam o cenário.
O que torna a Passarela do Funil tão especial?
O cânion chama a atenção por uma formação rochosa que lembra uma ponte natural, esculpida pela força da água ao longo de milhares de anos. Essa “passarela” estreita liga dois pontos entre paredões, proporcionando a sensação de caminhar sobre uma formação natural singular.
O contraste entre o cinza das pedras, o verde da mata e o azul do céu orma uma composição bastante apreciada por fotógrafos. No período chuvoso, o som da água ecoa pelos paredões; na seca, o leito mais baixo permite explorar com mais segurança as margens.
Como é o caminho até o cânion?
O acesso combina um trecho de estrada de terra, saindo da localidade de Chapada, e uma caminhada que inclui partes íngremes. Apesar de ser possível chegar com veículos comuns em épocas de tempo seco, recomenda-se atenção redobrada no período de chuvas, quando um carro com tração pode ser necessário.
Dicas para o trajeto:
Usar calçados adequados para trilha
Levar água e lanche
Ter GPS ou acompanhamento de guia local
Evitar a visita sozinho em áreas mais isoladas
Por que o turismo aqui precisa ser consciente?
Justamente por ser pouco divulgado, o Cânion da Passarela do Funil mantém sua atmosfera preservada. Não há placas turísticas, nem estrutura comercial, o que exige do visitante uma postura responsável. Respeitar a natureza, evitar deixar lixo e não danificar as formações rochosas são atitudes essenciais para que o local continue intacto.
Essa ausência de intervenções proporciona uma experiência mais próxima do ambiente natural, onde a paisagem é o foco e não há distrações visuais ou sonoras além da própria natureza.
Qual é a importância geológica do cânion?
A formação expõe camadas rochosas que contam parte da história geológica da Serra do Espinhaço, reconhecida como Reserva da Biosfera pela UNESCO. As texturas, cores e formas revelam a ação contínua da água e do vento, criando relevos únicos.
Para estudiosos e amantes da geografia, o cânion é um exemplo da interação entre tempo e elementos naturais, oferecendo um “laboratório a céu aberto” para observação e registro.
O que mais explorar no distrito?
Além do cânion, Santo Antônio do Salto guarda outros atrativos discretos:
Capela de Santo Antônio, ponto central da vila e referência espiritual da comunidade
Riachos de águas claras para refrescar nos dias quentes
Mirantes naturais que revelam vistas amplas das serras
Trilhas que conectam diferentes áreas de mata e campos abertos
Embora não haja estrutura turística formal, o simples ato de caminhar pelas ruas e conversar com os moradores proporciona experiências ligadas ao cotidiano local.
Quando é a melhor época para visitar?
O período de maio a setembro, com clima mais seco, é ideal para trilhas e caminhadas, pois o solo está mais firme e o risco de escorregões diminui. Na estação chuvosa, a força da água no cânion impressiona, mas o acesso pode se tornar mais difícil e exigir cuidados redobrados.
O que levar na mochila:
Roupas leves e confortáveis
Calçado fechado e aderente
Chapéu ou boné e protetor solar
Repelente e garrafa de água
Lanche rápido e saco para recolher o próprio lixo
Qual é o papel do visitante na preservação?
Distritos como Santo Antônio do Salto demonstram que o turismo pode ser uma ferramenta de valorização e proteção ambiental, desde que praticado com respeito. O visitante consciente observa, registra e aprecia, mas evita deixar marcas negativas.
A parceria com guias ou moradores locais não só aumenta a segurança, mas também gera renda para a comunidade, fortalecendo o vínculo entre turismo e desenvolvimento sustentável.
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Um lugar para redescobrir a essência da natureza mineira
O Cânion da Passarela do Funil é mais do que uma paisagem impressionante: é um espaço que favorece o silêncio, a contemplação e o contato próximo com a natureza. Quem chega até ele não encontra filas, ingressos ou sinalização — encontra o som da água, o vento entre as pedras e a tranquilidade que não é comum em todos os destinos turísticos.
Num estado repleto de destinos famosos, é nos recantos discretos como Santo Antônio do Salto que muitas vezes reside um dos encantos. Visitar o cânion é também conhecer uma comunidade que preserva sua história e suas tradições, vivendo em harmonia com o entorno.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Santo Antônio do Salto/MG - Foto: Igor Souza