Cidades históricas em Minas que merecem estar no seu próximo roteiro
Minas tem cidades históricas pouco exploradas que encantam com sua arquitetura, cultura e tradições. Descubra destinos autênticos para incluir no seu próximo roteiro
Caminhar por ruas de pedra, ouvir sinos de igrejas centenárias e sentir o cheiro de café passado na hora. Essa é a atmosfera encantadora das cidades históricas de Minas Gerais, onde o tempo parece correr mais devagar e cada detalhe carrega histórias de séculos atrás.
Em meio a montanhas, casarios coloniais, tradições populares e gastronomia afetiva, Minas guarda destinos surpreendentes — alguns bem famosos, outros ainda pouco explorados. A seguir, você confere uma seleção de oito cidades históricas mineiras que merecem entrar agora mesmo no seu próximo roteiro.
Sabará: fé, tradição e sabores mineiros
A apenas 25 km de Belo Horizonte, Sabará é um dos destinos mais acessíveis e encantadores do circuito histórico mineiro. Fundada no século XVIII, a cidade preserva importantes referências do barroco, como a Igreja de Nossa Senhora do Ó, cuja construção data do final do século XVIII e encanta pela beleza e simplicidade.
Além da arquitetura religiosa, Sabará é famosa por seus festivais gastronômicos, como o Festival da Jabuticaba e o Festival do Ora-Pro-Nóbis. São celebrações que unem culinária, cultura e identidade local, atraindo visitantes interessados em sabores únicos e tradições preservadas.
Diamantina: patrimônio mundial e música nas ladeiras
Reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO, Diamantina está entre as cidades históricas mais encantadoras do Brasil. Suas ruas de pedra, varandas com muxarabis e igrejas no alto das colinas formam um dos conjuntos urbanos mais expressivos do barroco mineiro.
Além da arquitetura, a cidade vibra com cultura: serestas ao ar livre, eventos musicais, festas religiosas e manifestações populares como o Carnaval de Marchinhas tornam o calendário cultural de Diamantina um atrativo à parte.
É também terra natal de Juscelino Kubitschek, ex-presidente do Brasil, e do poeta Tomás Antônio Gonzaga, o que reforça sua importância histórica e literária.
Serro: história preservada e queijos premiados
Fundado oficialmente em 1838, mas com ocupação desde o ciclo do ouro, o Serro é um dos mais charmosos da Estrada Real. Sua arquitetura colonial bem preservada, o clima serrano e as paisagens naturais fazem dele um destino autêntico e acolhedor.
O grande destaque da cidade, porém, é o Queijo do Serro, um dos mais tradicionais e premiados do estado. É possível visitar produtores locais e conhecer o processo artesanal de fabricação, em um roteiro que une história, sabor e hospitalidade mineira.
Caeté: espiritualidade e natureza no alto da serra
Caeté, também parte do chamado Quadrilátero Ferrífero, guarda relíquias do período colonial e atrativos naturais marcantes. O principal deles é o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, localizado no topo da Serra da Piedade, a cerca de 1.746 metros de altitude.
A vista panorâmica a partir do santuário é uma das mais deslumbrantes da região central. Além disso, trilhas e cachoeiras nos arredores completam o passeio com contato direto com a natureza.
A cidade é uma das mais antigas de Minas e teve participação ativa durante o ciclo do ouro, com igrejas e casarões que ainda resistem ao tempo.
Prados: arte popular e o charme do interior
Pouco conhecida pelo grande público, Prados é um verdadeiro tesouro escondido entre cidades como Tiradentes e São João del-Rei. Fundada no século XVIII, a cidade mantém o casario colonial preservado, ladeiras tranquilas e igrejas barrocas com forte identidade interiorana.
Prados é também berço de grandes nomes da arte popular mineira, como o Mestre Saú. A cidade abriga oficinas de artesanato em madeira, presépios e esculturas, que ajudam a manter vivas as tradições do ofício manual.
É um destino para quem busca cultura de raiz, tranquilidade e autenticidade.
Catas Altas: o silêncio das montanhas e vinhos artesanais
Aos pés da imponente Serra do Caraça, Catas Altas conquista o visitante logo na chegada com seu visual impressionante: a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição emoldurada pelas montanhas. O cenário é digno de cartão-postal e transmite uma paz difícil de descrever.
A cidade, que teve relevância no ciclo do ouro, hoje atrai visitantes em busca de tranquilidade e experiências singelas. Um diferencial local é a produção de vinhos artesanais, legado deixado por imigrantes europeus. Algumas vinícolas oferecem degustações e visitas guiadas.
Santa Bárbara: herança afro-mineira e memória colonial
Com origem no século XVIII, Santa Bárbara é um município que mistura passado colonial com manifestações culturais afro-brasileiras. Suas igrejas, como a Matriz de Santo Antônio, refletem a importância do barroco na formação do território mineiro.
O município também se destaca pelas festas tradicionais como o Congado e a Marujada, expressões afro-mineiras que celebram a resistência, a fé e a ancestralidade. Esses eventos tornam Santa Bárbara um importante polo de patrimônio imaterial em Minas.
Pitangui: uma das mais antigas cidades de Minas
Fundada em 1715, Pitangui figura entre os municípios mais antigos do estado. Localizada na região centro-oeste, sua história se mistura ao desenvolvimento da fé católica e da ocupação mineradora em Minas.
A cidade preserva igrejas coloniais como a Matriz de São Francisco de Assis e mantém um centro histórico com calçamento em pedra, casarões antigos e um ritmo tranquilo que encanta quem busca sossego e tradição.
Pitangui é perfeita para quem quer fugir do óbvio e vivenciar uma Minas mais intimista e autêntica.
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Uma rota que revela o coração de Minas Gerais
Viajar por essas cidades históricas é mais do que um passeio — é uma imersão na alma mineira. Cada uma das oito cidades apresentadas tem sua essência única, mas todas compartilham a capacidade de emocionar, ensinar e acolher.
São destinos que valorizam suas tradições, preservam o que têm de mais bonito e recebem os visitantes com generosidade. Em um mundo cada vez mais apressado, esses lugares oferecem o convite raro de parar, respirar e se reconectar com o que é simples e verdadeiro.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Sabará/MG - Foto: Igor Souza