Como Sabará se tornou o destino histórico mais perto de BH
Pequena no tamanho, gigante em história e charme: descubra Queluzito, uma joia tranquila e autêntica no interior de Minas Gerais
A poucos quilômetros de Belo Horizonte, Sabará se revela como uma das cidades históricas mais acessíveis e encantadoras de Minas. Suas ruas de pedra, igrejas seculares e casarões bem preservados convidam a uma viagem no tempo. Nesta matéria, você vai entender como o município, que nasceu do ouro, se transformou em um destino cultural que combina história, fé e hospitalidade mineira.
Patrimônio colonial tombado e preservado
Riqueza religiosa e festas tradicionais
Proximidade com Belo Horizonte e fácil acesso turístico
Qual é a origem de Sabará e por que sua história importa?
A história de Sabará começou no final do século XVII, quando bandeirantes exploravam o sertão em busca de ouro. A descoberta de veios auríferos às margens do rio Sabará atraiu mineradores e deu origem a pequenos arraiais que, com o tempo, se uniram em torno da fé e do trabalho.
Em 1711, a localidade foi elevada à condição de vila sob o nome de Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará, tornando-se um dos primeiros núcleos urbanos da Capitania de Minas. A partir daí, cresceu em importância política e econômica, abrigando igrejas, chafarizes, comércios e ruas de traçado colonial que ainda hoje conservam o charme do período barroco.
O que torna Sabará especial no contexto histórico próximo a BH
Sabará está a apenas 19 quilômetros de Belo Horizonte e faz parte da Região Metropolitana da capital, o que facilita o acesso de quem busca um destino histórico sem precisar viajar por horas. Essa proximidade torna a cidade um dos pontos mais visitados da Estrada Real, especialmente por quem quer vivenciar o patrimônio mineiro em um passeio de um dia.
O Centro Histórico é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e reúne um dos conjuntos coloniais mais expressivos de Minas Gerais. As construções dos séculos XVIII e XIX, com suas janelas coloridas, calçamento de pedra e praças arborizadas, fazem do centro um verdadeiro museu a céu aberto.
Quais monumentos e edifícios vale conhecer em Sabará?
Entre as dezenas de construções históricas, algumas se destacam pela beleza e importância cultural:
Igreja de Nossa Senhora do Carmo – Exemplo do barroco mineiro, com detalhes atribuídos ao Aleijadinho e interior em talha dourada.
Igreja de Nossa Senhora do Ó – Pequena e delicada, é uma das mais antigas e expressivas da cidade.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos – Construída pela irmandade negra, é símbolo de fé e resistência cultural.
Teatro Municipal de Sabará – Inaugurado em 1819, é um dos teatros mais antigos em funcionamento no Brasil.
Chafariz do Kaquende – Famoso por sua fonte de água potável, é um dos cartões-postais mais conhecidos do centro.
Esses monumentos ajudam a compreender o valor artístico e histórico de Sabará, onde cada esquina guarda fragmentos da vida colonial mineira.
Capela de Nossa Senhora do Ó: joia do barroco mineiro em Sabará
Entre as ladeiras de Sabará, a Capela de Nossa Senhora do Ó se destaca como uma das mais delicadas expressões do barroco mineiro. Construída no século XVIII, a pequena igreja encanta pela simplicidade da fachada e pela riqueza de seu interior, onde talhas douradas, pinturas e imagens revelam o talento dos antigos artistas locais. O altar-mor, em estilo rococó, é considerado um dos mais belos de Minas Gerais, com detalhes esculpidos que refletem a sensibilidade e a fé da época. Cercada por um cenário tranquilo e vista privilegiada da cidade, a capela continua sendo um espaço de contemplação e devoção, unindo arte, história e espiritualidade em perfeita harmonia.


Sabará/MG - Foto: Igor Souza
Casas históricas e ruas de pedra: o cenário vivo do passado de Sabará
Andar pelas ruas de Sabará é como folhear um livro de história a céu aberto. As casas coloniais, com fachadas coloridas, janelas de madeira e varandas em ferro, preservam o traçado urbano original do século XVIII e revelam a influência portuguesa na arquitetura mineira. Muitas delas ainda abrigam comércios, ateliês e moradias, mantendo viva a dinâmica de uma cidade que cresceu sem perder suas raízes.
O calçamento de pedras irregulares, desgastadas pelo tempo, conduz o visitante por ladeiras que ligam igrejas, praças e casarões centenários. É nesse cenário que o cotidiano se mistura ao passado — crianças brincam onde antes passavam tropeiros e viajantes. Cada rua e fachada conta uma história, compondo um patrimônio que emociona não apenas pela beleza, mas pela autenticidade com que Sabará conserva sua alma colonial.




Sabará/MG - Fotos: Igor Souza
Qual é o apelo natural e paisagístico em Sabará?
Além do patrimônio histórico, Sabará surpreende pelos seus cenários naturais. A cidade é cercada por morros, vales e cursos d’água que formam paisagens típicas do Quadrilátero Ferrífero. É comum ver viajantes explorando trilhas leves que levam a mirantes e áreas de preservação.
A Pedra Rachada, por exemplo, oferece uma vista panorâmica da região, ideal para quem quer observar a cidade do alto. Já o entorno do rio das Velhas, que corta o município, complementa o roteiro com vegetação nativa e clima de interior, reforçando a vocação turística que alia natureza e cultura.
Por que muitos consideram Sabará destino estratégico para quem mora em BH?
A curta distância entre Sabará e Belo Horizonte faz com que a cidade seja uma escolha prática para quem busca um passeio cultural rápido e enriquecedor. É possível visitar as principais atrações em um único dia, aproveitando o ritmo tranquilo das ruas e o ambiente acolhedor das praças.
A estrutura turística tem crescido, com pousadas, cafés e restaurantes que oferecem pratos típicos da culinária mineira. Além disso, Sabará se destaca pelos eventos sazonais, como o tradicional Festival da Jabuticaba, que movimenta o centro histórico com música, gastronomia e artesanato.
Quais desafios Sabará enfrenta na preservação e no turismo?
Manter viva uma cidade com tantos séculos de história exige cuidados constantes. A conservação das construções antigas, o controle do tráfego urbano e a adaptação de imóveis para novos usos sem descaracterizá-los são desafios enfrentados pela administração e pelos moradores.
O turismo crescente também demanda políticas de sustentabilidade, para evitar impactos ambientais e sobrecarga nas áreas históricas. Felizmente, Sabará tem investido em educação patrimonial e ações de restauração que garantem a preservação de seu conjunto arquitetônico e cultural.
Como montar um roteiro ideal para visitar Sabará?
Para aproveitar ao máximo um dia na cidade, anote algumas sugestões:
Caminhe pela Rua Pedro II (antiga Rua Direita) e observe as fachadas coloniais.
Visite o Teatro Municipal e as igrejas históricas.
Faça uma pausa no Chafariz do Kaquende e aprecie a paisagem.
Suba até a Igreja do Ó para ver a vista da cidade.
Experimente doces e pratos típicos nas lojinhas do centro.
Termine o passeio conhecendo o Museu do Ouro ou participando de alguma celebração religiosa local.
Essas experiências mostram que Sabará é um destino que combina cultura, fé, gastronomia e hospitalidade em um mesmo roteiro.
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Sabará: tradição viva às portas da capital
Visitar Sabará é caminhar entre séculos de história sem sair da região metropolitana de Belo Horizonte. Em suas ladeiras, o visitante sente o peso da tradição mineira, o som dos sinos e o aroma do café coado nas casas antigas.
Mais do que um passeio, é uma oportunidade de vivenciar o que Minas tem de mais autêntico: sua memória, sua fé e sua arte. Quem chega a Sabará descobre que o passado ainda respira em cada esquina — e que basta atravessar poucos quilômetros para reencontrar a essência de Minas Gerais.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.




Sabará/MG - Fotos: Igor Souza