Lugares pouco conhecidos de MG escondem curiosidades que merecem atenção
Você conhece os segredos que Minas Gerais esconde longe das rotas tradicionais? Descubra lugares pouco conhecidos que guardam curiosidades surpreendentes e merecem entrar na sua próxima viagem
Minas Gerais é famosa por suas cidades históricas, culinária afetiva e natureza exuberante. Mas, além dos destinos mais populares, o estado guarda preciosidades ainda pouco exploradas. Vilarejos, distritos e paisagens fora do radar convencional revelam curiosidades surpreendentes — e conquistam viajantes atentos a experiências autênticas.
Se você é do tipo que gosta de descobrir novos caminhos e conhecer lugares antes que eles virem moda, essa matéria é pra você. A seguir, selecionamos alguns dos cantinhos menos conhecidos de Minas Gerais que merecem ser visitados com calma e olhar curioso.
Cocais: o vilarejo que mistura história, trilhas e mistério
Distrito de Barão de Cocais, a vila de Cocais chama atenção pela beleza rústica e pelas lendas que cercam a famosa Pedra Pintada. Segundo moradores, os desenhos rupestres encontrados na pedra seriam mensagens de antigos povos indígenas — mas até hoje não se sabe ao certo sua origem.
Além disso, Cocais guarda ruínas coloniais, capelas centenárias e cachoeiras escondidas. Quem visita se encanta com a simplicidade das casas, a vista das serras e a sensação de estar em um lugar suspenso no tempo, onde cada pedra tem uma história.
Serra dos Alves: cachoeiras e silêncio absoluto
Localizada em Itabira, a Serra dos Alves é um destino ainda preservado do turismo de massa. O que mais surpreende, além das paisagens deslumbrantes, é o silêncio. É como se o tempo desacelerasse só para que você pudesse escutar o som das águas e dos ventos entre as montanhas.
A Capela de São José, posicionada sobre uma elevação com vista panorâmica, é um charme à parte. E as trilhas que levam a cachoeiras como a do Cruzeiro e do Lajeado são perfeitas para quem busca contato direto com a natureza — sem fila, sem barulho e sem pressa.
Brumal: um relicário colonial com clima de aconchego
Também distrito de Santa Bárbara, Brumal guarda construções históricas que remetem ao ciclo do ouro. O curioso é que, embora pequeno, o vilarejo tem um calendário cultural bastante ativo, com festas religiosas e eventos locais que atraem moradores de toda a região.
A Igreja de São Vicente é o coração do distrito, e suas ruas estreitas convidam a caminhadas sem pressa. Muitos turistas acabam descobrindo Brumal por acaso — e saem de lá encantados com a simplicidade acolhedora que parece ter sido esquecida pelo tempo.
Serra do Cipó: belezas além do parque
Embora o Parque Nacional da Serra do Cipó seja conhecido, há muitos atrativos pouco divulgados nos arredores. Vilas como Tabuleiro e Ravena oferecem paisagens de tirar o fôlego e cachoeiras mais isoladas, ideais para quem prefere lugares menos movimentados.
Uma curiosidade: em alguns pontos, é possível observar formações rochosas que lembram esculturas naturais, além de flora endêmica. A sensação de estar descobrindo algo novo em cada curva da estrada é o que torna a região ainda mais especial.
Milho Verde: mais do que paisagem bonita
Apesar de já estar despontando entre os destinos queridinhos, Milho Verde ainda guarda segredos que passam batido por muitos visitantes. Um exemplo é a tradição oral das benzedeiras, que mantêm rituais antigos passados de geração em geração.
Além disso, o distrito de Serro encanta pela mistura entre poesia, misticismo e uma energia difícil de explicar. Capelas isoladas, trilhas silenciosas e moradores receptivos compõem o cenário que conquista com calma — e deixa saudade.
Santo Antônio do Salto: entre cânions e passarelas suspensas
Pertinho de Ouro Preto, o distrito de Santo Antônio do Salto guarda um dos cenários mais impressionantes da região: o Cânion da Passarela do Funil. A estrutura metálica sobre o vazio atrai corajosos e amantes da contemplação.
O que poucos sabem é que, além da passarela, o lugar conta com cachoeiras, paredões rochosos e vistas panorâmicas que competem com destinos internacionais. É um paraíso ainda pouco divulgado, mas que vem se destacando entre viajantes que buscam aventura com beleza natural.
Morro da Água Quente: vinhos, serras e tradição
Esse distrito de Catas Altas surpreende por sua produção de vinhos artesanais em plena região de montanha. Vinícolas familiares oferecem degustações intimistas e a possibilidade de conversar diretamente com os produtores — algo raro em destinos mais comerciais.
Além do vinho, Morro da Água Quente tem trilhas leves, mirantes e o charme típico de cidade pequena mineira. A combinação entre o clima serrano, a boa conversa e os sabores locais forma um trio irresistível para quem busca autenticidade.
+ Leia também: A paisagem vista dessa passarela vai ficar na sua memória
Santo Hilário: o vilarejo que renasce com o turismo consciente
Localizado em Piumhi, às margens da Serra da Canastra, Santo Hilário passou por um período de abandono após o declínio da mineração. Hoje, ele renasce como destino de ecoturismo, com foco em sustentabilidade e preservação da cultura local.
O mais curioso? Moradores têm investido em experiências únicas, como oficinas de artesanato, apresentações de catira e trilhas guiadas por pessoas que conhecem cada canto da região. Um verdadeiro exemplo de como o turismo pode transformar positivamente um lugar.
Há muito mais em Minas do que se vê nos guias
Minas Gerais é feita de encantos discretos e lugares que revelam seus segredos aos poucos. Nos destinos menos badalados, o visitante encontra aquilo que muitos já perderam: autenticidade, histórias vivas e uma conexão profunda com a terra e com as pessoas.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Cocais, Minas Gerais - Foto: Igor Souza