Novo ponto turístico em Minas choca visitantes com beleza intocada
Entre as montanhas de Ouro Preto, um cânion surpreende com trilha, silêncio e formações rochosas únicas.
Entre montanhas e tradições, Minas Gerais guarda cenários pouco explorados. No distrito de Santo Antônio do Salto, a cerca de 20 km de Ouro Preto, um lugar quase secreto vem chamando a atenção de quem busca contato genuíno com a natureza: o Cânion da Passarela do Funil. Esculpido ao longo de milhares de anos, ele é um refúgio silencioso, onde pedra, água e vento compõem uma paisagem rara no estado.
Formação rochosa preservada e ainda pouco conhecida
Distrito que mantém o ritmo da vida rural mineira
Trilha moderada indicada para ecoturismo consciente
O que torna o distrito de Santo Antônio do Salto especial?
O distrito de Santo Antônio do Salto pertence a Ouro Preto e preserva a essência da vida interiorana. Suas ruas de terra, casas baixas e o clima acolhedor criam uma atmosfera que parece escapar do tempo moderno. No alto de uma ladeira, a Capela de Santo Antônio simboliza a fé e a união comunitária, sendo ponto de encontro para moradores em celebrações religiosas.
Quem chega percebe logo o ritmo desacelerado. O silêncio das serras, o ar puro e a hospitalidade revelam um destino perfeito para quem deseja se desconectar da rotina urbana e se reconectar com tradições e paisagens autênticas.
Formação rochosa que impressiona pela grandiosidade
O cânion impressiona pelo aspecto bruto e pelo corredor natural formado entre duas paredes de pedra. Durante séculos, a água talhou passagens estreitas e curvas que hoje parecem uma ponte de rocha. Nos meses de estiagem, o visitante pode caminhar pelo leito seco e observar as camadas de pedra expostas, testemunhas da história geológica da região.
A luz que entra pelas fendas cria desenhos únicos sobre as rochas. É uma experiência que envolve todos os sentidos: o som do vento, a textura das pedras e o silêncio profundo. Ao contrário de muitos pontos turísticos, não há estruturas artificiais. O encanto está justamente em sua pureza.
Por que o cânion surpreende?
Formações rochosas de aspecto monumental
Corredores estreitos talhados pela água
Cenário silencioso e sem intervenções humanas
Experiência sensorial única para quem caminha ali
Como chegar até Santo Antônio do Salto?
O distrito está a cerca de 130 km de Belo Horizonte e pode ser acessado pela cidade de Ouro Preto. O trajeto passa por áreas asfaltadas até a localidade de Chapada e segue por estradas de terra. Em dias secos, veículos comuns chegam sem dificuldade, mas durante a estação chuvosa é mais seguro utilizar carros com tração.
Já no distrito, o ponto de partida para a trilha até o cânion é uma área afastada, com caminhos de terra e vegetação nativa. O percurso a pé é considerado de nível moderado, com subidas, descidas e trechos de terreno acidentado. Como não há sinalização oficial, recomenda-se ir com guia local ou acompanhado de moradores que conheçam bem a rota.
Qual a melhor época para visitar o cânion?
O período entre maio e setembro, quando o clima é mais seco, é o mais indicado para a visita. Nesse intervalo, as trilhas ficam firmes e o leito do cânion pode ser explorado com segurança. Na temporada de chuvas, o solo encharcado e o aumento do volume de água podem tornar o acesso arriscado.
Para aproveitar ao máximo, é importante preparar a mochila com itens básicos. Água, protetor solar, lanche leve, chapéu, repelente, lanterna e calçados apropriados são indispensáveis. Como não há infraestrutura no local, cada visitante deve levar seu lixo de volta e evitar qualquer impacto ambiental.
Itens essenciais para levar
Água e lanche leve
Calçados adequados para trilha
Chapéu, protetor solar e repelente
Saco para recolher o próprio lixo
Turismo consciente é a chave para preservação
A fama crescente do Cânion da Passarela do Funil traz oportunidades e também desafios. Como não há estrutura para grandes fluxos de visitantes, o turismo precisa ser de baixo impacto. Isso significa caminhar com responsabilidade, não deixar rastros e respeitar tanto o ambiente quanto a comunidade local.
Guias e moradores da região merecem destaque: são eles que conhecem os caminhos, compartilham histórias e ajudam a preservar o território. Valorizar sua atuação, consumir produtos locais como doces e quitandas e respeitar os espaços sagrados do distrito são formas de tornar a visita mais justa e sustentável.
O que mais explorar além do cânion?
O entorno do cânion reserva surpresas para quem gosta de natureza e cultura. As serras oferecem mirantes naturais com vistas abertas, riachos de águas limpas e trilhas que cruzam áreas de mata nativa. É um convite para caminhadas, fotografia, observação de pássaros e momentos de contemplação.
O centro do distrito, com a Capela de Santo Antônio, também merece atenção. Ali é possível conhecer a religiosidade local e observar a arquitetura rural mineira. Em algumas épocas, famílias do distrito oferecem refeições caseiras e pouso mediante agendamento, proporcionando uma imersão no cotidiano da comunidade.
Experiências extras no distrito
Visita à Capela de Santo Antônio
Refeições caseiras com famílias locais
Mirantes e riachos para contemplação
Trilhas leves em meio à vegetação
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Um pedaço raro de Minas que fala por si
O Cânion da Passarela do Funil é daqueles lugares que permanecem intocados em meio à pressa do mundo moderno. Não há bilheteiras, placas ou estruturas artificiais. Apenas a força da natureza, que esculpiu rocha, moldou caminhos e ditou o ritmo por milhares de anos.
Em um estado rico em paisagens e cidades históricas, encontrar um local assim — preservado, silencioso e puro — é um privilégio. Quem se aventura até lá volta com mais do que fotografias: leva na memória a experiência de um espaço onde a simplicidade é o verdadeiro luxo e a natureza segue sendo protagonista.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Santo Antônio do Salto/MG - Foto: Igor Souza