Novos olhares revelam cidades mineiras que surpreendem turistas
Descubra o inesperado em Minas Gerais. Roteiro por Itabirito, Catas Altas, Ouro Branco e Congonhas revela história e natureza deslumbrantes
Quando se fala em turismo em Minas Gerais, a mente de muitos viajantes se volta para as cidades históricas mais conhecidas, como Ouro Preto ou Diamantina. No entanto, um olhar mais atento para o coração da Estrada Real revela um circuito de destinos igualmente fascinantes, que surpreendem pela beleza e pela autenticidade de sua história e de sua natureza. Cidades como Itabirito, Catas Altas, Ouro Branco e Congonhas compõem um roteiro de descobertas, onde cada parada desvenda uma face diferente do estado.
A rica história e a fé em Congonhas e Catas Altas.
A beleza natural de Ouro Branco e Itabirito.
A gastronomia e a cultura que unem a região.
Um novo circuito para o viajante que busca autenticidade
A região que compreende Itabirito, Catas Altas, Ouro Branco e Congonhas representa uma oportunidade para o turista que deseja explorar Minas Gerais de uma perspectiva mais íntima e genuína. Enquanto Congonhas é um patrimônio mundial com a arte de Aleijadinho, as outras três cidades, muitas vezes vistas como meros pontos de passagem, revelam um charme próprio, com histórias de mineração, paisagens de tirar o fôlego e uma cultura rica que pulsa em cada esquina.
Este circuito permite ao visitante criar um roteiro flexível, combinando a imersão na arte barroca de Congonhas com o ecoturismo e a tranquilidade de Itabirito e Ouro Branco. A proximidade entre as cidades facilita o deslocamento, permitindo que cada dia de viagem seja uma nova experiência. É uma jornada que nos convida a entender que a beleza de Minas Gerais não está apenas em seus cartões-postais mais famosos, mas também em seus refúgios menos explorados.
O que faz de Catas Altas uma joia escondida?
Catas Altas é um distrito com nome de cidade. Charmosa e tranquila, ela é um dos principais acessos ao famoso Santuário do Caraça, mas guarda em si mesma um patrimônio histórico e natural que merece a atenção. O casario colonial, com suas ruas calçadas em pedra, cria uma atmosfera serena que convida a longas caminhadas. O ar da serra e a vista das montanhas, emolduradas pelo Pico do Caraça, formam um cenário que parece saído de um quadro.
A cidade, fundada no século XVIII, carrega as marcas da exploração do ouro em sua história. No entanto, hoje vive um ritmo de paz, com seus poucos mais de 5 mil habitantes mantendo viva a tradição da hospitalidade mineira. É um destino ideal para quem busca descanso e para quem se interessa por história e religiosidade, já que o local preserva a fé e a arquitetura de um passado glorioso.
A grandiosidade de seu patrimônio religioso
O maior tesouro de Catas Altas é a sua Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, uma das mais belas e bem preservadas de Minas Gerais. Construída no auge do ciclo do ouro, ela se destaca por sua riqueza em detalhes e pela talha dourada no interior. Sua arquitetura e arte barroca são um testemunho da fé e da capacidade artística da época, atraindo amantes de arte e história de todo o mundo.
Além da Matriz, o distrito também possui a Capela de Santa Quitéria, que, apesar de mais simples, é igualmente charmosa e guarda um valor histórico e simbólico para a comunidade. O conjunto arquitetônico de Catas Altas é um dos mais representativos da região, e é por isso que, para muitos, essa cidadezinha é uma verdadeira joia a ser descoberta.
O que visitar em Catas Altas:
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição: Uma das mais belas representações da arte barroca mineira.
O Santuário do Caraça: Localizado a poucos quilômetros, é um dos mais importantes complexos religiosos e de ecoturismo da região.
Capela de Santa Quitéria: Simples e charmosa, é um local de paz e reflexão.
O Casario Colonial: As ruas e casas da cidade preservam a arquitetura típica do período colonial.
Itabirito/MG - Foto: Igor Souza
Congonhas: A força da fé e a arte do Mestre
Congonhas é a parada obrigatória para os que desejam entender a alma religiosa e artística de Minas Gerais. O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial da Humanidade, é o grande atrativo da cidade. Lá, o visitante encontra as 12 esculturas em pedra-sabão dos profetas, e as imagens dos Passos da Paixão de Cristo, todas obras de Aleijadinho.
Visitar o Santuário é uma experiência que vai além do turismo. É uma jornada de fé e de contemplação, onde a genialidade do Mestre se manifesta em cada detalhe. As esculturas dos profetas, com seus olhares expressivos e seus gestos dramáticos, parecem ganhar vida sob o sol mineiro, comunicando-uma mensagem que transcende o tempo e a religião.
Catas Altas/MG - Fotos: Igor Souza
O que as obras de Aleijadinho nos revelam sobre a história de Congonhas?
As obras de Aleijadinho em Congonhas não são apenas peças de arte; são documentos históricos que nos revelam muito sobre a época em que foram criadas. A força e a expressividade dos profetas e a humanidade das figuras nos Passos da Paixão demonstram a devoção e o sofrimento do povo mineiro no século XVIII, marcados pela busca do ouro e pelo desejo de salvação. A arte se torna, assim, um reflexo da realidade e dos anseios de uma sociedade.
Além do Santuário, a cidade de Congonhas oferece outros atrativos, como a Basílica de São Geraldo e o Museu de Congonhas, que aprofundam a experiência do visitante. O turismo em Congonhas é, portanto, uma imersão completa em arte, história e fé, que complementa a visita a outras cidades próximas.
Como Ouro Branco surpreende com sua natureza e tranquilidade?
Ouro Branco, muitas vezes visto como um ponto de passagem para Ouro Preto ou Congonhas, esconde belezas naturais e uma tranquilidade que poucos destinos oferecem. O nome da cidade remete à descoberta de um tipo de ouro em pó, encontrado na região, que foi chamado de "ouro branco". Hoje, o seu tesouro são as paisagens montanhosas e a paz de uma cidade que soube preservar seu charme.
A cidade é um portal para os que buscam o ecoturismo. A região é repleta de trilhas e de mirantes que oferecem vistas panorâmicas de tirar o fôlego da Serra do Espinhaço. O turismo em Ouro Branco é para quem gosta de aventura e de contemplação, combinando caminhadas em meio à natureza com o sossego de uma cidade pequena.
Ouro Branco e as montanhas que guardam a história
A principal atração natural de Ouro Branco é o Pico do Itabirito, uma das montanhas mais icônicas da região, que oferece vistas espetaculares. O Pico não é apenas um atrativo natural; ele é também um marco geográfico e histórico, visível de diversas cidades e que guarda em si a memória da mineração e da formação da paisagem mineira. A história de Ouro Branco se confunde com a história das montanhas que a cercam, e o visitante pode sentir essa conexão em cada trilha.
Atrações naturais em Ouro Branco:
Pico do Itabirito: Um dos principais mirantes da região, oferece uma vista panorâmica da Serra do Espinhaço.
Serra de Ouro Branco: Com diversas trilhas e cachoeiras, é um convite para o ecoturismo.
Mirante do Cruzeiro: Um ponto de fácil acesso na cidade, que oferece uma vista deslumbrante do vale.
Itabirito: Entre as montanhas e a modernidade mineira
Conhecida como a "Cidade das Águas Claras" e famosa pelo seu delicioso pastel de angu, Itabirito é uma cidade que equilibra a modernidade com a tradição. Diferente das vilas históricas de seu entorno, Itabirito possui uma infraestrutura urbana mais robusta, mas sem perder o charme das montanhas que a cercam. Sua localização privilegiada, entre Ouro Preto e Belo Horizonte, a torna um ponto estratégico para o turismo de aventura e a gastronomia.
O turista que visita Itabirito se surpreende com a quantidade de atrativos naturais. A cidade é um convite para explorar as cachoeiras escondidas, as trilhas para mountain bike e as paisagens que mudam a cada curva da estrada. É um destino para quem busca a combinação perfeita de conveniência e natureza, com opções de lazer para toda a família.
Quais são os atrativos de Itabirito para o turista de aventura?
A região de Itabirito é um verdadeiro paraíso para os amantes de atividades ao ar livre. A cidade possui diversas cachoeiras, como a Cachoeira de Macaquinhos, que oferecem a possibilidade de banho e de contato com a natureza. As trilhas da região são perfeitas para caminhadas, ciclismo e cavalgadas, proporcionando uma dose de adrenalina e a chance de se desconectar do mundo.
O Pico do Itabirito, apesar de estar na divisa com Ouro Branco, é uma atração que também é muito explorada a partir da cidade, sendo um ponto de encontro para montanhistas e aventureiros. A combinação de paisagens rochosas, matas e cachoeiras faz de Itabirito uma base excelente para explorar a serra e seus segredos.
O que experimentar em Itabirito:
O famoso pastel de angu, uma iguaria local.
As trilhas para mountain bike e caminhada na Serra de Itabirito.
As cachoeiras da região, como a de Macaquinhos.
A culinária mineira tradicional em restaurantes locais.
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Um roteiro que revela a verdadeira alma de Minas
O roteiro que une Itabirito, Catas Altas, Ouro Branco e Congonhas é uma prova de que Minas Gerais é um estado de infinitas possibilidades. Essas cidades, que muitas vezes não recebem o mesmo destaque que suas vizinhas mais famosas, revelam uma riqueza que vai da arte barroca à beleza natural, da história colonial à modernidade. É um convite para o viajante deixar o óbvio de lado e se aventurar por caminhos que guardam surpresas em cada esquina.
É uma viagem para se reconectar com a história, com a natureza e com a simplicidade. Um roteiro que mostra a verdadeira alma mineira, feita de fé, de hospitalidade e de uma beleza que se esconde nos detalhes. Venha descobrir por si mesmo o que faz dessas cidades um destino que surpreende e que encanta a cada visita.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.
Congonhas/MG - Fotos: Igor Souza