O que está fazendo Sabará virar destaque entre os destinos históricos
Sabará está ganhando os holofotes entre os destinos históricos de Minas. Descubra os motivos que colocaram essa cidade colonial de volta ao topo do turismo cultural
O resgate da história mineira que encanta cada vez mais viajantes
Sabará, em Minas Gerais, tem chamado atenção do Brasil e do mundo por sua capacidade de unir história, cultura e hospitalidade em um só lugar. A apenas 25 km de Belo Horizonte, essa cidade colonial é um verdadeiro tesouro preservado, com igrejas barrocas, ruas de pedra e tradições que resistem ao tempo.
Nos últimos anos, Sabará tem passado por um processo de valorização cultural que está atraindo não só turistas, mas também pesquisadores, produtores culturais e amantes do patrimônio histórico. É como se a cidade tivesse reencontrado sua própria força — e decidido mostrá-la ao mundo com orgulho.
Arquitetura colonial autêntica e de fácil acesso a partir da capital
Um dos principais atrativos de Sabará é a sua autenticidade. Ao caminhar pelo centro histórico, o visitante encontra construções originais do século XVIII, muitas delas com fachadas preservadas, janelas em guilhotina e detalhes em madeira esculpida. Ao contrário de outros destinos que sofreram grandes reformas, Sabará mantém uma estética colonial que parece congelada no tempo.
Esse patrimônio arquitetônico, aliado à proximidade com Belo Horizonte, facilita o turismo de fim de semana e até mesmo o turismo educacional. Escolas, universidades e grupos culturais têm escolhido Sabará como ponto de partida para experiências históricas marcantes e imersivas.
Igrejas que são joias barrocas e carregam segredos centenários
Entre os maiores destaques de Sabará estão suas igrejas históricas. A Igreja de Nossa Senhora do Ó, por exemplo, é uma das mais antigas da cidade e chama atenção pela beleza de sua fachada em estilo rococó e pela rica ornamentação em talha dourada. Já a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, mesmo inacabada, emociona por sua simbologia e por carregar parte da história da população negra escravizada.
Esses templos religiosos são muito mais do que locais de culto: são documentos vivos do barroco mineiro, espaços que guardam a memória de artistas, fiéis e comunidades inteiras. Visitar essas igrejas é entrar em contato direto com a fé, a arte e as contradições do Brasil colonial.
Tradições culturais que se mantêm vivas no cotidiano da cidade
Sabará não é uma cidade que vive apenas de seu passado. Suas festas populares, como o tradicional Festival da Jabuticaba, movimentam a cidade todos os anos, reunindo produtores locais, chefs, turistas e moradores em celebrações que misturam gastronomia, música e história.
A produção artesanal também é um ponto forte, com doces, licores e cachaças que refletem o sabor único do interior mineiro. As quitandas sabarenses são famosas em todo o estado, e o modo de preparo, passado de geração em geração, é mais um elo entre o presente e a herança cultural da cidade.
Um centro histórico que vai muito além da estética
O centro histórico de Sabará não é apenas bonito — ele é vivo. Nele circulam artistas de rua, músicos, moradores antigos que contam histórias para quem quiser ouvir, e jovens empreendedores que estão transformando casarões antigos em cafés, lojas de arte e espaços culturais.
Essa renovação, sem descaracterizar o patrimônio, tem trazido uma nova dinâmica para a cidade. A economia criativa encontra espaço para florescer, e o turismo se torna uma ferramenta de valorização da própria identidade local. Sabará tem se mostrado um exemplo de como preservar o passado pode também gerar desenvolvimento para o futuro.
Sabará no radar de quem busca experiências autênticas
O perfil do turista que chega a Sabará mudou. Hoje, muitos viajantes procuram destinos menos óbvios, onde possam ter vivências mais autênticas e pessoais. Sabará atende perfeitamente a esse desejo: é uma cidade que convida à contemplação, à escuta e ao mergulho profundo na cultura mineira.
Além disso, o turismo de experiência vem crescendo por lá. Visitas guiadas com moradores, oficinas de culinária típica e roteiros históricos personalizados são cada vez mais comuns. Isso transforma a visita em algo único — longe das grandes multidões e perto da alma mineira.
Riqueza histórica reconhecida por instituições e novas gerações
Sabará sempre teve seu valor histórico reconhecido por instituições como o IEPHA e o IPHAN. No entanto, agora é o público mais jovem que tem se interessado por esse legado. Iniciativas educacionais, projetos audiovisuais e até roteiros interativos nas redes sociais vêm tornando a cidade mais presente na vida digital dos mineiros e brasileiros.
Essa combinação entre tradição e tecnologia tem sido essencial para renovar o interesse por Sabará. Museus locais, como o Museu do Ouro e o Teatro Municipal, também contribuem nesse processo, oferecendo visitas interativas e programação cultural que dialoga com todas as idades.
A revalorização dos caminhos antigos e o turismo de base comunitária
Outro destaque importante é a valorização das antigas rotas do ouro e caminhos coloniais que cortam a cidade. Trilhas e estradas históricas estão sendo sinalizadas e recuperadas, permitindo a prática de ecoturismo e caminhadas que ligam Sabará a outras cidades do Circuito do Ouro.
Além disso, o turismo de base comunitária tem ganhado força, com moradores abrindo suas casas, contando suas histórias e participando diretamente do desenvolvimento local. Isso cria uma relação mais horizontal entre o visitante e a cidade, tornando a experiência muito mais rica e humana.
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Sabará reencontra sua grandeza com o olhar voltado ao futuro
Sabará, antes vista como um destino complementar no roteiro mineiro, agora brilha com luz própria. Sua história, suas tradições, seu patrimônio e seu povo fazem dela uma cidade viva, que respira passado sem abrir mão da modernidade.
Ao valorizar suas raízes, Sabará mostra que não é preciso se reinventar para encantar — basta se reconectar com o que se é. E é exatamente isso que tem feito da cidade um dos principais destinos históricos de Minas Gerais em 2025: a força de sua identidade, preservada com carinho, mas aberta ao novo. Se você ainda não conhece, talvez esteja na hora de redescobrir Sabará.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.
Sabará, Minas Gerais - Foto: Igor Souza