O Que Leva Tanta Gente a Dirigir Horas Só Para Parar em Lagoa Dourada?

Descubra por que tanta gente pega a estrada só para parar em Lagoa Dourada, Minas Gerais. O doce mais famoso do Brasil te espera

Escrito por:
Igor Souza

Publicado em:
03/07/2025

No coração de Minas Gerais, uma cidade pequena e acolhedora tem chamado a atenção de viajantes dos quatro cantos do Brasil. Lagoa Dourada, com pouco mais de 13 mil habitantes, pode até parecer discreta no mapa, mas guarda um dos maiores tesouros da cultura mineira: o autêntico rocambole artesanal, produzido de forma tradicional e irresistível.

A fama do doce é tanta que tem gente que pega a estrada só para fazer uma parada rápida, comprar alguns sabores e seguir viagem. Mas a verdade é que Lagoa Dourada é muito mais do que o berço do rocambole — é um destino que mistura tradição, tranquilidade, gastronomia e aquele jeitinho mineiro de receber.

A Capital Nacional do Rocambole

Se há algo que coloca Lagoa Dourada no radar dos turistas é o título que carrega com orgulho: Capital Nacional do Rocambole. As receitas, passadas de geração em geração, conquistaram o paladar de mineiros e visitantes com sua massa leve, recheio farto e sabor inconfundível.

Na cidade, é possível encontrar diversas casas especializadas, cada uma com sua receita particular, mas todas com o mesmo cuidado artesanal. Recheios como doce de leite, goiabada, chocolate e coco dividem espaço com versões criativas, como maracujá, limão e até romeu e julieta. É impossível comer só um pedaço — e talvez por isso ninguém volte para casa de mãos vazias.

Tradição Que Se Mantém Viva

O que torna o rocambole de Lagoa Dourada tão especial não é só o sabor, mas a forma como ele é feito. Ao contrário das produções industriais, os doces da cidade ainda são feitos em pequenas padarias familiares, com ingredientes simples, frescos e muito carinho.

A tradição é levada tão a sério que o modo de preparo foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais. Quem visita a cidade pode ver de perto o processo, conversar com os confeiteiros e até provar a massa ainda quente, saindo do forno. É uma experiência que vai além do paladar — é afeto em forma de sobremesa.

Uma Cidade que Convida à Pausa

Apesar de muitos turistas passarem por Lagoa Dourada com pressa, o ideal seria parar de verdade. A cidade é charmosa, tranquila e perfeita para quem busca uma pausa no ritmo acelerado. Ruas calmas, igrejas antigas e moradores acolhedores criam o clima ideal para desacelerar e aproveitar o momento.

O centro histórico ainda preserva o estilo colonial, com construções simples e bonitas. Uma caminhada despretensiosa já revela o charme local, e uma conversa na praça pode render boas histórias sobre a cidade, suas famílias tradicionais e o amor pelo rocambole.

Localização Estratégica e Acesso Facilitado

Lagoa Dourada está situada entre importantes cidades históricas de Minas Gerais, como São João del-Rei, Prados e Tiradentes, o que a torna um ponto de parada natural para quem está explorando a região. De Belo Horizonte, são aproximadamente 180 km — e quem já conhece o caminho diz que vale cada quilômetro.

O acesso se dá pela BR-383 e pelas estradas estaduais que cortam a região do Campo das Vertentes. O trajeto passa por paisagens típicas do interior mineiro, com serras suaves, pastos verdes e aquele céu azul que só Minas tem. Um convite para deixar a pressa de lado e curtir o caminho.

Gastronomia que Vai Além do Rocambole

Embora o rocambole seja o grande protagonista, Lagoa Dourada oferece outras delícias que merecem atenção. Restaurantes e lanchonetes da cidade servem comida mineira de raiz, com aquele tempero de casa de vó. Frango com quiabo, feijão tropeiro, torresmo crocante e angu são apenas algumas das opções que aquecem o estômago e o coração.

Além disso, a produção local de queijos, doces caseiros, cachaças e licores também atrai quem gosta de explorar sabores regionais. É o tipo de lugar onde se come bem e se paga pouco, com o bônus de ouvir boas histórias de quem vive ali.

Turismo Simples, Mas Cheio de Valor

Lagoa Dourada não tem grandes atrações turísticas nem infraestrutura voltada para o turismo de massa — e é exatamente isso que a torna tão especial. O turismo por aqui é genuíno, feito de encontros, sabores e experiências afetivas. É o famoso “turismo de raiz”, que toca quem sabe valorizar o que é simples e verdadeiro.

Para os amantes de fotografia e da cultura mineira, a cidade é um prato cheio: janelas coloridas, casarios antigos, igrejas e paisagens rurais compõem um cenário digno de cartão-postal. Tudo isso com pouca movimentação, sem filas e sem pressa — como deve ser.

+ Leia também: Serra dos Alves: trilhas e cachoeiras em Minas Gerais

A Celebração do Rocambole e o Orgulho Local

Todos os anos, Lagoa Dourada celebra seu doce símbolo com a Festa do Rocambole, que reúne moradores, turistas, músicos e produtores locais. O evento conta com feira gastronômica, atrações culturais, apresentações musicais e, claro, muito doce para provar e levar para casa.

É uma chance de ver de perto o orgulho de uma cidade que transformou uma receita simples em identidade. A festa atrai gente de todos os lugares e movimenta o comércio local, reafirmando a importância do turismo afetivo e sustentável.

O Doce Caminho Vale a Parada

A pergunta que dá nome a este artigo tem uma resposta simples: as pessoas dirigem horas até Lagoa Dourada porque a experiência vale a viagem. O sabor do rocambole, o acolhimento das pessoas, o charme do interior e a memória que fica na boca e no coração fazem tudo valer a pena.

Se você estiver passando por Minas Gerais, não ignore esse ponto do mapa. Faça a parada, experimente o doce e aproveite o que essa cidade pequena tem de grandioso. Porque, às vezes, a melhor parte da viagem está nos lugares que a maioria passa direto.

Sobre o autor:

Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.

Lagoa Dourada, Minas Gerais - Foto: Igor Souza

Posts que você pode gostar