O refúgio com paz no centro de BH que quase ninguém explora

Um dos cantinhos mais encantadores de BH esconde histórias, natureza e cultura no coração da cidade

Escrito por:
Igor Souza

Publicado em:
13/08/2025

O refúgio verde e histórico que pulsa no coração de Belo Horizonte

Entre avenidas movimentadas e o vai e vem de pedestres apressados, há um espaço em Belo Horizonte onde o tempo parece desacelerar. O Parque Municipal Américo Renné Giannetti, mais conhecido simplesmente como Parque Municipal, é um convite silencioso ao descanso, à contemplação e à reconexão com a natureza — um lugar que muitos passam diariamente sem perceber, mas que surpreende quem se permite atravessar seus portões.

  • Um dos primeiros parques públicos urbanos planejados do Brasil

  • Aproximadamente 182 mil m² de áreas verdes, lagos e elementos arquitetônicos históricos

  • Ponto de encontro de cultura, lazer e identidade belo-horizontina

Qual é a história por trás do Parque Municipal?

Inaugurado no período da fundação da capital mineira, o Parque Municipal nasceu como parte do projeto modernista de Aarão Reis, urbanista responsável pelo traçado original da cidade. Desde o início, foi pensado não apenas como área de lazer, mas como um elemento estruturante da nova capital, integrando natureza, convívio e cultura no cotidiano dos moradores.

Sua localização central, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua da Bahia, faz dele um ponto estratégico e simbólico, cercado por marcos importantes como o Palácio das Artes e o Teatro Francisco Nunes. Ao longo de mais de um século, acompanhou transformações da cidade e resistiu como um espaço de respiro em meio à urbanização.

Como é a experiência ao entrar no parque?

Logo na entrada, portões de ferro e caminhos de terra batida revelam um charme que lembra tempos de maior cuidado com o espaço público. Caminhar sob palmeiras-imperiais, cruzar pontes românticas e observar lagos onde pedalinhos deslizam é como fazer uma pausa no ritmo acelerado da capital.

Entre os elementos que marcam o passeio:

  • Vegetação diversa com espécies nativas e exóticas

  • Lagos e pedalinhos que refletem o céu da cidade

  • Arquitetura paisagística com influências de estilos europeus, incluindo elementos associados a jardins franceses

Por que a vegetação do parque é tão especial?

A riqueza vegetal do Parque Municipal é fruto de um paisagismo planejado para unir o exótico e o local. Espécies nativas, como as da Mata Atlântica, convivem com árvores introduzidas de outros continentes, criando um ecossistema variado e acolhedor para diferentes formas de vida.

O visitante pode encontrar:

  • Garças e outros pássaros que utilizam os lagos como refúgio

  • Flores e plantas ornamentais que mudam a paisagem a cada estação

O parque também é um espaço de cultura?

Sim. Dentro do parque está o Teatro Francisco Nunes, ativo na cena cultural da cidade, recebendo espetáculos e eventos diversos. Além disso, é comum que o entorno seja ocupado por feiras de artesanato, apresentações musicais e intervenções artísticas, especialmente nos fins de semana e feriados.

Outro atrativo é o orquidário, um ponto de encontro para apaixonados por plantas e fotografia. Para as crianças, o espaço reserva um parquinho de madeira, um carrossel clássico e brinquedos com estilo que remete a outras épocas.

Qual é a importância histórica do Parque Municipal para BH?

O Parque Municipal é apontado por registros como um dos primeiros parques públicos urbanos planejados no Brasil, e desde sua inauguração mantém elementos originais. Coretos, bancos de madeira e pontes ornamentais ainda resistem, trazendo à memória uma Belo Horizonte jovem, mas já preocupada em oferecer espaços de convívio ao ar livre.

Mais do que um espaço verde, ele se tornou um símbolo da identidade belo-horizontina, mantendo características associadas à hospitalidade e simplicidade mineira, mesmo em pleno centro urbano.

Quais atividades podem ser feitas no parque?

O espaço recebe diariamente pessoas que procuram diferentes formas de lazer e bem-estar. É comum encontrar grupos praticando yoga, rodas de capoeira, músicos ensaiando ou atores preparando peças teatrais sob a sombra das árvores.

Atividades comuns no parque incluem:

  • Caminhadas e corridas leves nas pistas internas

  • Piqueniques em áreas gramadas e sombreadas

  • Leituras e estudos em bancos distribuídos pelas alamedas

  • Fotografia e observação de pássaros

Como é o acesso e a localização?

Com entradas pela Avenida Afonso Pena, Rua da Bahia e vias próximas, o Parque Municipal é de fácil acesso para pedestres e visitantes que utilizam transporte público. Está a poucos metros da Estação Central do Metrô e próximo de ícones como o Mercado Central e a Praça da Liberdade.

Essa localização facilita que o parque seja visitado junto a outros atrativos próximos para explorar o centro histórico e cultural de Belo Horizonte.

O que visitar por perto após conhecer o parque?

Quem visita o parque pode estender o passeio por outros pontos do centro:

  • Feira Hippie, aos domingos na Avenida Afonso Pena

  • Museu Inimá de Paula, com entrada gratuita e acervo variado

  • Cafeterias e restaurantes tradicionais que preservam o sabor da gastronomia mineira

  • O imponente Palácio das Artes, a poucos passos dali

Como o parque é cuidado atualmente?

Ao longo de sua história, o Parque Municipal enfrentou momentos de abandono, mas iniciativas públicas e comunitárias têm trabalhado para preservá-lo. Hoje, conta com monitoramento por câmeras e presença da Guarda Municipal, além de receber manutenção regular em sua infraestrutura e áreas verdes.

Projetos educativos e ambientais, realizados em parceria com escolas e instituições, reforçam o vínculo da população com o espaço e ajudam a mantê-lo vivo para as próximas gerações.

+ Leia também: O que turistas ainda não sabem sobre o maior museu a céu aberto do mundo

Um convite para viver Belo Horizonte de outro jeito

O Parque Municipal é mais que um espaço de lazer. um espaço histórico que permanece ativo em meio à urbanização, um elo entre a memória e o presente. Nele, a vida urbana encontra respiro, e a correria se transforma em contemplação.

Para quem vive em Belo Horizonte, é uma chance de reconectar-se com o que há de mais humano: a pausa, o encontro e o simples prazer de estar ao ar livre. Considerado por muitos um reflexo de características da cultura mineira, que sabe equilibrar modernidade e tradição sem perder a essência.

Descobrir o parque é, no fundo, redescobrir a própria cidade — e talvez até a si mesmo. Quem entra por seus portões costuma levar lembranças da experiência: leva consigo o frescor das árvores, o reflexo do céu nos lagos e o som harmonioso entre pássaros e cidade.

Sobre o autor:

Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.

Lago do quiosque, ponto turistico no Parque Municipal de Belo horizonte
Lago do quiosque, ponto turistico no Parque Municipal de Belo horizonte

Parque Municipal de Belo Horizonte/MG - Foto: Igor Souza

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