O roteiro ideal de 2 dias para explorar Serro e arredores
Descubra o roteiro ideal de 2 dias no Serro, cidade turística em Minas Gerais, com igrejas, queijo, festas e cachoeiras da Serra do Espinhaço
Planejar uma viagem curta exige boas escolhas. No Serro, cidade turística em Minas Gerais, o desafio não é encontrar o que fazer, mas selecionar experiências entre história, gastronomia e natureza. Em dois dias é possível conhecer o essencial do centro histórico, visitar distritos charmosos e aproveitar cachoeiras que refrescam corpo e memória.
Primeiro dia: passeio pelo centro histórico e degustação do famoso Queijo do Serro.
Segundo dia: visita aos distritos de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras.
Extras: cachoeiras, Pico do Itambé e festas que marcam o calendário cultural.
Como começar o primeiro dia no Serro?
A manhã deve ser dedicada a explorar o centro histórico, tombado pelo IPHAN em 1938. As ruas de pedra levam a igrejas coloniais e casarões bem preservados, que traduzem o passado da Comarca do Serro Frio. O ritmo é lento, e cada esquina revela detalhes arquitetônicos que sobrevivem há mais de dois séculos.
É recomendável iniciar pela Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade. De lá, siga para a Igreja de Santa Rita, acessada por uma escadaria de 57 degraus, que proporciona uma das vistas mais icônicas do município.
Quais igrejas e museus não podem faltar no roteiro histórico?
Além da Matriz e da Santa Rita, o visitante pode conhecer:
Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, ligada às irmandades locais.
Igreja de Nossa Senhora do Carmo, com traços característicos do período colonial.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário, de forte presença cultural.
O Museu Regional Casa dos Ottoni complementa a manhã. Instalado em casarão do século XVIII, guarda objetos e documentos que revelam a influência política da cidade no século XIX. É um espaço pequeno, mas importante para compreender a relevância do Serro além das fronteiras mineiras.
Onde provar o Queijo do Serro no primeiro dia?
O almoço pode incluir uma visita a uma fazenda produtora de queijo. Ali, o turista aprende sobre o processo artesanal, reconhecido como patrimônio imaterial, e pode degustar variações de maturação. Algumas propriedades recebem visitantes mediante agendamento, enquanto no centro há lojas especializadas que oferecem queijos frescos e curados.
Dica prática
Prove diferentes estágios de maturação.
Pergunte aos produtores sobre o uso do “pingo”, fermento natural que dá personalidade ao queijo.
Leve uma peça pequena para viagem: ela mantém o sabor da experiência.
Como aproveitar a tarde do primeiro dia?
Depois do almoço, a sugestão é caminhar pela Praça João Pinheiro, ponto central da cidade, onde a arquitetura colonial se mostra de forma harmônica. Aproveite para observar detalhes das sacadas de madeira e interagir com moradores, que sempre têm histórias a contar.
Se o tempo permitir, uma visita rápida à Cachoeira do Malheiros, a 12 km do centro, encerra o dia com um banho refrescante. No retorno, finalize com um jantar em restaurante local, onde pratos mineiros são servidos em porções fartas, acompanhados de cachaça artesanal.
O que incluir no segundo dia fora da sede?
O segundo dia deve ser dedicado aos distritos de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras, ambos a cerca de 25–30 km da sede. Eles são exemplos vivos da diversidade cultural e natural do município, cada um com suas características próprias.
Milho Verde: ruas de terra, pousadas aconchegantes e cachoeiras como Moinho e Carijó.
São Gonçalo do Rio das Pedras: casario colonial, clima bucólico e ótimas opções gastronômicas.
Esses distritos são procurados por quem busca sossego e contato direto com a natureza, sem abrir mão da hospitalidade mineira.
Quais cachoeiras visitar em Milho Verde e São Gonçalo?
Em Milho Verde, duas quedas se destacam:
Cachoeira do Moinho, de fácil acesso.
Cachoeira do Carijó, cercada por vegetação nativa.
Em São Gonçalo, a tranquilidade da vila se reflete nas trilhas que levam a quedas menores, mas agradáveis para banhos. Cada uma delas reforça o papel do Serro como destino de ecoturismo, com experiências que variam entre aventura e contemplação.
O Pico do Itambé cabe em um roteiro de 2 dias?
Depende do perfil do viajante. O Parque Estadual do Pico do Itambé está a cerca de 26 km do centro, e o acesso até o cume exige preparo físico e tempo. Para quem tem disposição, a subida pode ser encaixada no segundo dia, mas requer planejamento: é preciso autorização prévia e reserva de boa parte da manhã ou tarde.
Mesmo sem subir ao cume, vale visitar a área do parque para contemplar os mirantes intermediários e conhecer a flora de campos rupestres. É uma experiência que amplia a compreensão da paisagem da Serra do Espinhaço.
Como integrar gastronomia e cultura no roteiro de 2 dias?
A cada refeição, o visitante encontra pratos típicos mineiros preparados de forma caseira. Restaurantes em Milho Verde e São Gonçalo servem receitas que valorizam ingredientes locais, acompanhados de doces e quitandas.
A cultura também se manifesta fora da mesa. Dependendo da época, pode ser possível assistir a ensaios de congados ou visitar espaços de produção artesanal de cachaça. Essas atividades reforçam a sensação de imersão em um cotidiano que preserva tradições seculares.
O que muda se a viagem coincidir com festas tradicionais?
Se a visita ocorrer em julho, a Festa do Rosário transforma o Serro em um grande palco de fé e celebração. Já em setembro, a Festa do Queijo agrega concursos, feiras e apresentações culturais. Participar desses eventos é compreender de perto como a cidade mantém viva sua identidade.
Resumo das festas
Julho: Congado e Festa do Rosário.
Setembro: Festa do Queijo.
Outras datas: Festa do Divino e Festa do Cavalo.
Mesmo em uma viagem curta, vivenciar uma dessas festas dá nova dimensão ao roteiro.
+ Leia também: Arte, floresta e mistério: o que há por trás do sucesso de Inhotim
Dois dias que valem a viagem
Explorar o Serro cidade turística em Minas Gerais em dois dias é possível e recompensador. No primeiro, o visitante mergulha no patrimônio histórico e no sabor do queijo artesanal. No segundo, descobre distritos charmosos e cachoeiras que completam a experiência.
O roteiro mostra que não é necessário correr para viver a essência da cidade. O segredo está em caminhar devagar, ouvir histórias, provar sabores e se deixar envolver pelo ritmo das serras. Em apenas dois dias, o Serro e seus arredores revelam a riqueza de um território onde passado e presente caminham lado a lado.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Serro/MG - Foto: Igor Souza