Onde 8 paisagens naturais se misturam com a arquitetura colonial

Em Minas Gerais, natureza e história caminham lado a lado. Descubra 8 lugares onde paisagens deslumbrantes se misturam com a arquitetura colonial e viva experiências únicas

Escrito por:
Igor Souza

Publicado em:
17/07/2025

Minas Gerais é um estado que encanta pela harmonia entre o natural e o construído. Montanhas imponentes, cachoeiras escondidas, vales verdejantes e trilhas cercadas por mata nativa convivem, lado a lado, com igrejas barrocas, pontes de pedra e casarios coloniais. É como se a paisagem e a história fossem parte de uma mesma pintura — viva, sensível e profundamente brasileira.

Neste artigo, você vai descobrir 8 lugares em Minas onde a natureza e a arquitetura colonial se encontram de forma surpreendente. São destinos que proporcionam experiências completas: contemplação, cultura, fé, aventura e descanso. Um convite para enxergar o estado além dos roteiros tradicionais e se deixar levar pela beleza de um cenário que emociona.

1. Ouro Preto: entre ladeiras de pedra e vales montanhosos

Patrimônio Mundial da Humanidade, Ouro Preto é o exemplo mais emblemático da união entre paisagem e arquitetura em Minas Gerais. Suas igrejas ricas em detalhes barrocos se destacam entre colinas verdes, e cada mirante revela telhados coloniais se fundindo com a vegetação da Serra do Espinhaço.

Além dos atrativos culturais, a cidade é cercada por trilhas, cachoeiras e mirantes naturais como o Morro São Sebastião. É possível sair de uma missa na Basílica do Pilar pela manhã e, à tarde, estar imerso na natureza do Parque Natural das Andorinhas — tudo sem perder o fio da conexão entre o sagrado e o natural.

2. Tiradentes: charme colonial aos pés da serra

Tiradentes é uma joia do barroco mineiro com ruas bem cuidadas, casarios coloridos e uma atmosfera que mistura arte, gastronomia e espiritualidade. Mas é o cenário natural ao seu redor que transforma a visita em uma experiência ainda mais rica. A Serra de São José acompanha a cidade como moldura silenciosa e majestosa.

Trilhas ecológicas ligam pontos históricos a mirantes que permitem ver a cidade do alto. Caminhar pelo calçamento rústico e avistar, ao fundo, o verde da serra é se transportar para outro tempo — um tempo em que natureza e cidade não disputavam espaço, mas coexistiam em harmonia.

3. Mariana: entre igrejas monumentais e rios que contam histórias

Primeira cidade e primeira diocese de Minas Gerais, Mariana conserva em suas ruas uma forte herança da colonização portuguesa. A Catedral da Sé, com seu famoso órgão Arp Schnitger, domina o cenário urbano, mas é o entorno natural que completa o espetáculo.

Rios como o Gualaxo e o Carmo cortam a região, acompanhando estradas que revelam vilarejos, montanhas e áreas de preservação. Um passeio de Maria Fumaça entre Mariana e Ouro Preto, por exemplo, é a forma perfeita de apreciar essa transição entre o passado construído e o presente natural.

4. Congonhas: fé barroca com vista para os vales

Conhecida pelas esculturas dos profetas de Aleijadinho, Congonhas abriga um dos maiores patrimônios artísticos do país: o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Mas sua localização, no alto de uma colina, proporciona algo ainda mais simbólico — uma visão ampla da natureza ao redor.

Ao subir as escadarias do santuário, é possível ver os vales verdes que cercam a cidade. Esse contraste entre as obras sacras e o silêncio do horizonte natural provoca uma sensação de reverência que vai além da religião. É arte, paisagem e emoção, tudo no mesmo plano.

5. Catas Altas: vinhos, igrejas e o Parque do Caraça

Aos pés da imponente Serra do Caraça, Catas Altas é um dos segredos mais bem guardados de Minas. A cidade preserva o charme colonial com sua matriz do século XVIII e ruas de terra batida, mas é o pano de fundo natural que realmente impressiona.

O Parque Natural do Caraça, com suas trilhas, grutas, fauna e flora exuberantes, está a poucos minutos do centro. A união entre o patrimônio arquitetônico e as montanhas forma um dos cenários mais fotogênicos de todo o estado — ideal para quem busca turismo de natureza com toque histórico.

6. Serro: tradição, música e paisagens de tirar o fôlego

Serro é conhecido pela produção artesanal de queijo e pelas festas tradicionais como o Reinado. Mas o que muitos visitantes não esperam é a beleza do relevo que cerca a cidade. As montanhas da Serra do Espinhaço criam um cenário arrebatador que se estende até onde os olhos alcançam.

A arquitetura colonial bem preservada do centro histórico se integra perfeitamente ao entorno verde. Caminhar pelas ruas de Serro é sentir a conexão entre o que foi construído com as mãos e o que nasceu da terra. Um convite à contemplação e ao resgate das raízes.

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7. Milho Verde: natureza bruta e capelas centenárias

Milho Verde é mais do que um vilarejo charmoso com nome poético. É um ponto de encontro entre simplicidade, espiritualidade e beleza natural. No alto da serra, o distrito de Serro guarda capelas coloniais, como a de Nossa Senhora do Rosário, e mirantes com vistas deslumbrantes.

As trilhas levam a cachoeiras cristalinas e formações rochosas com energia especial. Tudo parece caminhar devagar em Milho Verde — o tempo, os ventos, as conversas. Ali, a arquitetura antiga e a natureza bruta formam um cenário que toca fundo quem busca mais do que turismo: busca paz.

8. Diamantina: poesia barroca entre serras e quedas d’água

Diamantina é poesia em forma de cidade. Nascida do garimpo, cresceu entre igrejas, mercados, chafarizes e ruas tortuosas. Sua musicalidade está presente nas janelas, nos sinos e nas serestas. Mas é ao redor, nas trilhas e nas cachoeiras do Parque do Biribiri, que a experiência se completa.

Caminhar pela cidade de manhã e mergulhar em uma queda d’água à tarde é rotina para quem visita. A harmonia entre o barroco das construções e a força da Serra do Espinhaço torna cada visita uma viagem sensorial. E é por isso que Diamantina não apenas se conhece — se sente.

Um estado onde o passado encontra a paisagem

Minas Gerais guarda em si uma qualidade rara: a de unir memórias e montanhas, fé e flora, arte e água. Cada cidade, cada povoado e cada trilha é um lembrete de que o patrimônio cultural e o patrimônio natural não precisam caminhar separados. Eles podem — e devem — coexistir.

Ao visitar esses 8 lugares, você descobre que o cenário mineiro não é feito de partes, mas de encontros. E é nesse encontro entre o colonial e o natural que mora a verdadeira magia de Minas. Uma magia que, uma vez vivida, nunca mais se esquece.

Sobre o autor:

Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.

Praça Central de Catas Altas, com jardim, casas históricas e montanhas ao fundo, centro turistico
Praça Central de Catas Altas, com jardim, casas históricas e montanhas ao fundo, centro turistico

Catas Altas, MG - Foto: Igor Souza

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