Qual é a cidade de Minas que mistura modernidade e tradição como nenhuma outra?
Descubra como Belo Horizonte mistura tradição e modernidade em praças, mercados, parques e cultura, tornando-se um dos destinos mais marcantes de Minas
Belo Horizonte nasceu planejada e cresceu cercada por montanhas, revelando-se como uma metrópole que guarda o charme mineiro. Entre arquitetura moderna e patrimônio histórico, a capital se destaca por unir inovação e tradição em experiências culturais, gastronômicas e urbanas.
História preservada em praças, igrejas e museus.
Gastronomia reconhecida mundialmente pela UNESCO.
Bairros, mercados e áreas verdes que encantam visitantes.
O que a fundação planejada de BH diz sobre sua identidade?
Criada no fim do século XIX para substituir Ouro Preto como capital, Belo Horizonte foi uma das primeiras cidades planejadas do Brasil. Suas ruas largas e avenidas em traçado geométrico refletiam a ideia de modernidade da época.
Apesar disso, a cidade não deixou de lado suas raízes. Igrejas, casarões e bairros tradicionais mostram como a capital soube preservar sua história, mesmo em meio ao crescimento urbano acelerado.
Por que a Pampulha é um dos maiores símbolos da capital?
O Conjunto Moderno da Pampulha é considerado um marco da arquitetura brasileira. Projetado por Oscar Niemeyer e reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, reúne a Igreja de São Francisco de Assis, o Museu de Arte e jardins de Burle Marx.
Além de seu valor cultural, a Lagoa da Pampulha é espaço de lazer, esporte e contemplação, reforçando a união entre tradição e modernidade em Belo Horizonte.
O que visitar na Pampulha
Igreja de São Francisco de Assis.
Museu de Arte da Pampulha.
Lagoa e espaços ao ar livre.
Como a Praça da Liberdade se transformou em polo cultural?
Antes sede administrativa do estado, a Praça da Liberdade se reinventou e se tornou o coração cultural de Belo Horizonte. O que antes abrigava secretarias e órgãos do governo hoje é o Circuito Liberdade, um dos maiores complexos de cultura do país, reunindo museus, centros de arte, bibliotecas e espaços dedicados à ciência e à inovação.
Os antigos palacetes em estilo eclético ganharam novas funções sem perder o charme histórico: o Museu das Minas e do Metal, o Centro Cultural Banco do Brasil, a Casa Fiat de Cultura e o Memorial Minas Gerais Vale são alguns exemplos de como a arte e o conhecimento passaram a ocupar o mesmo espaço do poder público.
Com jardins inspirados em modelos europeus e paisagismo que remete aos tempos da fundação da capital, a praça continua sendo ponto de encontro entre moradores e visitantes. Ali, a memória urbana se conecta a novas formas de expressão cultural — um verdadeiro símbolo de como Belo Horizonte soube transformar sua história em movimento, criatividade e convivência.
Belo Horizonte/MG - Foto: Igor Souza
Áreas verdes: onde a natureza encontra a metrópole?
O Parque das Mangabeiras, aos pés da Serra do Curral, é um dos maiores da cidade e oferece vista privilegiada de BH. Suas trilhas e lagos são atrativos para moradores e visitantes.
Mas a capital vai muito além dos cartões-postais naturais. Em pleno coração da cidade, um dos parques mais antigos do Brasil se destaca pela história, beleza e vida cotidiana.
Parque Municipal Américo Renné Giannetti: o coração verde de Belo Horizonte
Localizado no centro da capital, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti é um refúgio histórico e ecológico que existe desde o início do século XX. Criado junto com a própria fundação de BH, foi planejado para ser o principal espaço público de lazer da nova capital — e até hoje cumpre esse papel.
Com mais de 180 mil metros quadrados, o parque é uma pausa na rotina da cidade. Seus caminhos arborizados, lago com pedalinhos, coreto e áreas para piqueniques atraem famílias, estudantes e turistas diariamente.
Além de sua função recreativa, o espaço tem valor ambiental e cultural. Espécies nativas e exóticas se misturam sob a sombra de árvores centenárias, enquanto eventos culturais e atividades educativas ajudam a aproximar moradores da natureza.
O que fazer no Parque Municipal
Passear entre jardins e alamedas sombreadas.
Observar a fauna local, como pássaros e micos.
Andar nos barquinhos.
Aproveitar atividades culturais e feiras eventuais.
Mais do que um ponto turístico, o Parque Municipal representa o equilíbrio entre o urbano e o natural — um símbolo de como Belo Horizonte mantém viva sua relação com o verde, mesmo no coração de uma metrópole.
Praça da Liberdade/MG - Fotos: Igor Souza
Como a gastronomia levou BH ao cenário internacional?
Em 2019, Belo Horizonte foi reconhecida pela UNESCO como Cidade Criativa da Gastronomia. Esse título reforçou a importância da culinária local, que valoriza tanto receitas tradicionais quanto criações inovadoras.
Os bares são parte essencial dessa identidade. Conhecida como “capital dos bares”, a cidade transformou o encontro em torno de petiscos e cerveja em uma experiência cultural. O feijão-tropeiro, o pão de queijo e os petiscos de boteco estão entre os destaques.
Quais mercados e feiras expressam o espírito da cidade?
O Mercado Central é uma síntese de Minas Gerais. Nele, é possível encontrar queijos artesanais, doces típicos, cachaças e artesanato em um ambiente que simboliza a hospitalidade mineira.
Já a Feira Hippie, realizada aos domingos na Avenida Afonso Pena, é considerada uma das maiores do Brasil e atrai visitantes em busca de roupas, artesanato e comidas regionais.
Experiências nesses espaços
Degustar queijos e doces típicos.
Comprar artesanato local.
Vivenciar o clima das feiras mineiras.
Quais bairros guardam histórias pouco exploradas?
Alguns bairros de Belo Horizonte guardam memórias que revelam a essência da cidade. O Santa Tereza é um deles: com ruas arborizadas e praças acolhedoras, o bairro mantém viva a tradição boêmia e o espírito de comunidade. Berço do Clube da Esquina, movimento que projetou a música mineira para o mundo, ele conserva um ambiente tranquilo e criativo, onde bares, cafés e moradores se misturam em uma rotina que ainda preserva o charme das antigas vilas.
Outro bairro de grande valor histórico é a Lagoinha, símbolo da formação popular da capital. No fim do século XIX, abrigou operários e imigrantes que ajudaram a construir Belo Horizonte. Suas ladeiras, igrejas e vilas operárias guardam a memória desse tempo e mostram como a cidade cresceu a partir do trabalho e da diversidade de seu povo. Mesmo com as mudanças urbanas, a Lagoinha segue como um território de identidade e resistência cultural.
Hospitalidade mineira: como ela se revela no cotidiano?
Em feiras, mercados, bares e restaurantes, a receptividade é uma marca presente. O turista é recebido com simpatia e proximidade, traços que tornam a experiência em Belo Horizonte ainda mais especial.
Esse acolhimento é parte essencial da identidade mineira e um dos diferenciais que mais encantam os visitantes.
BH é apenas um ponto de passagem ou um destino em si?
Durante muito tempo, Belo Horizonte foi vista apenas como um ponto de partida — uma base estratégica para explorar as cidades históricas da Estrada Real ou visitar o renomado Inhotim, em Brumadinho. Mas esse cenário vem mudando. A capital mineira passou a ser um destino completo, onde o visitante encontra gastronomia premiada, vida noturna vibrante, arte urbana e uma hospitalidade que reflete o espírito mineiro em cada esquina.
Cada vez mais turistas dedicam alguns dias exclusivamente à cidade, caminhando por suas praças arborizadas, visitando museus e feiras tradicionais, ou explorando os bares da Savassi e da Pampulha, onde o modernismo de Niemeyer se mistura ao cotidiano dos moradores. Essa imersão revela uma BH viva, autêntica e em constante transformação.
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Um convite para conhecer Belo Horizonte
Belo Horizonte é a cidade mineira que equilibra tradição e modernidade em cada detalhe. Suas praças, museus, mercados e parques mostram por que a capital merece ser explorada com calma.
Visitar BH é experimentar a essência mineira em uma metrópole acolhedora, cultural e gastronômica. É perceber que a cidade, muitas vezes vista como passagem, pode ser também destino final — cheia de histórias, sabores e experiências que conquistam qualquer viajante.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.
Parque Municipal, BH/MG - Fotos: Igor Souza