Roteiro por Congonhas revela lados pouco conhecidos da cidade
Roteiro para você visitar e aproveitar ao máximo Congonhas
Congonhas, em Minas Gerais, vai além dos olhos que admiram os 12 profetas de Aleijadinho. É uma cidade que guarda recantos discretos — ruas, museus, igrejas menos divulgadas — que contam histórias pouco exploradas. Neste roteiro, você vai desvendar facetas que não aparecem em posts óbvios.
igrejas menos visitadas e façanhas arquitetônicas fora do circuito principal
museus de memória local e espaços de cultura que preservam histórias cotidianas
trilhas leves, mirantes e recantos verdes pouco divulgados
O que pouco se fala sobre as igrejas em Congonhas?
Você já ouviu falar da Igreja de São José em Congonhas? Ela fica na Ladeira Bom Jesus e muitas vezes passa despercebida, mas carrega em seu interior esculturas e talha discreta que dialogam com o estilo neoclássico. Sua construção iniciou-se em 1817 e foi concluída apenas no século XIX, refletindo períodos distintos.
Outro ponto menos visitado é a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, situada um pouco afastada do centro das atrações principais. Mesmo que por fora ela imponha estilo colonial simples, o local revela curiosidades nas pedras e no traçado da fachada que dialogam com o acervo religioso local.
Que museus locais ajudam a revelar a alma da cidade?
O Museu de Congonhas, fundado em 2015, vai além de exibir objetos sacros: ele contextualiza a obra de Aleijadinho, narra o processo histórico por trás do santuário e oferece material interativo que aproxima arte e cidade. Ele funciona de terça-feira a domingo, com horários alternados e ingresso simbólico.
Já o Museu da Imagem e Memória de Congonhas, instalado num casarão antigo na Ladeira Bom Jesus, reúne fotos, documentos e objetos pessoais da cidade. A entrada costuma ser gratuita, e o espaço mostra como a vida cotidiana dos moradores dialoga com a grandiosidade do conjunto barroco.
Como incluir trilhas leves e mirantes no seu roteiro?
Você sabia que Congonhas tem pequenos mirantes escondidos entre morros e ladeiras? Subindo por ruas secundárias ou caminhando por becos pouco usados, é possível encontrar panoramas onde o Santuário se revela de ângulos inusitados, com o verde ao redor compondo a cena.
Outra opção é visitar o Parque Ecológico da Cachoeira, a cerca de 5 km do centro urbano. O local abriga a Cachoeira da Água Limpa, trilhas fáceis, áreas de lazer e estrutura para contemplação da natureza. Para quem quer sair do circuito barroco e respirar verde, é uma alternativa interessante.
O legado eterno da Igreja dos 12 Profetas
No alto da colina, a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos abriga o conjunto escultórico dos 12 profetas esculpidos por Aleijadinho entre 1800 e 1805. Cada figura, talhada em pedra-sabão, expressa emoções distintas e simbolismos profundos, refletindo a genialidade do artista e sua devoção.
Ao redor do adro, as capelas dos Passos da Paixão completam a narrativa visual com cenas da Via Sacra entalhadas em madeira e pintadas por Manoel da Costa Ataíde. Reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial, o santuário une fé, arte e história em uma das mais importantes expressões do barroco mineiro. Caminhar entre os profetas é vivenciar o encontro entre o sagrado e o humano.


Congonhas/MG - Foto: Igor Souza
Por que visitar Congonhas vai além do Santuário?
O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, com seus 12 profetas e capelas da Paixão, é o cartão cultural mais divulgado da cidade. Ele foi construído a partir de 1757 por promessa de Feliciano Mendes e se tornou Patrimônio Mundial da UNESCO em 1985. No entanto, há mais em Congonhas do que esse único conjunto monumental.
Na prática, o conjunto barroco funciona como “âncora” turística: a maioria dos visitantes começa por lá, mas quem desce as escadarias, explora ruelas e observa fachadas urbanas descobre textos arquitetônicos menos escancarados. Ao caminhar pelas ruas do entorno, há sobrados e casarios coloniais que ecoam memórias do passado minerador.




Congonhas/MG - Fotos: Igor Souza
Qual o tempo ideal e como organizar o roteiro?
Para aproveitar bem os recantos menos óbvios, o ideal é passar pelo menos um dia e meio em Congonhas. Na manhã do primeiro dia, explore o santuário e as capelas; depois, dedique-se ao museu local e ao casarão da memória. No dia seguinte, faça as caminhadas leves, visite a Igreja de São José e conheça parques.
Se o tempo for escasso, opte por um roteiro híbrido: concentre-se nas atrações próximas (Santuário, museus, beco), e deixe para visitar mirantes ou trilhas no final da tarde, quando a luz realça texturas arquitetônicas. Reservar pernoite próximo ao Santuário facilita deslocamentos.
Quando visitar e como evitar surpresas
A melhor janela para ir a Congonhas é entre abril e setembro — meses com menor incidência de chuvas, o que facilita caminhadas e uso dos espaços ao ar livre. Entre outubro e março, chuvas vespertinas são frequentes, exigindo flexibilidade no roteiro.
Fique atento aos horários dos museus: o Museu de Congonhas costuma abrir das 9h às 17h, exceto às quartas-feiras, quando abre das 13h às 21h, com entrada gratuita. Agendar visitas guiadas com antecedência pode garantir acesso pleno a espaços fechados.
Como chegar e onde ficar sem perder tempo de experiência?
Congonhas está localizado cerca de 80 km a sul de Belo Horizonte, com fácil acesso pela BR-040. Quem vem do aeroporto de Confins ou da capital mineira pode seguir por rodovia, com paradas estratégicas em cidades históricas vizinhas.
Para dormir, o ideal é escolher hospedagem próxima ao Santuário do Bom Jesus. Assim, você estará a poucos passos da maioria das atrações centrais e evita longas descidas e subidas em ladeiras ao longo do dia.
+ Leia também: Por que cada vez mais famílias estão escolhendo este cantinho de Minas para descansar?
Um convite para ver Congonhas com outro olhar
Congonhas Minas Gerais oferece mais que monumentos famosos: é uma cidade que convida ao olhar atento, à caminhada demorada e à curiosidade pelas pequenas relíquias urbanas. Ao sair da rota convencional, descobrimos igrejas modestas, museus silenciosos e mirantes que contam segredos sutis — pedaços de história local que muitas vezes ficam por trás dos holofotes.
Se você quer viver uma viagem com ritmos pausados, onde cada rua pode revelar uma surpresa e o silêncio das fachadas complementa a grandiosidade dos profetas, reservando tempo para esses recantos, sua visita pode se transformar em descoberta — não apenas de Congonhas, mas de partes sutis da alma mineira. Que tal montar seu roteiro personalizado com esses cantinhos menos explorados?
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.




Congonhas/MG - Fotos: Igor Souza