Roteiro por Congonhas revela lados pouco conhecidos da cidade

Roteiro para você visitar e aproveitar ao máximo Congonhas

Escrito por:
Igor Souza

Publicado em:
13/10/2025

Congonhas, em Minas Gerais, vai além dos olhos que admiram os 12 profetas de Aleijadinho. É uma cidade que guarda recantos discretos — ruas, museus, igrejas menos divulgadas — que contam histórias pouco exploradas. Neste roteiro, você vai desvendar facetas que não aparecem em posts óbvios.

  • igrejas menos visitadas e façanhas arquitetônicas fora do circuito principal

  • museus de memória local e espaços de cultura que preservam histórias cotidianas

  • trilhas leves, mirantes e recantos verdes pouco divulgados

O que pouco se fala sobre as igrejas em Congonhas?

Você já ouviu falar da Igreja de São José em Congonhas? Ela fica na Ladeira Bom Jesus e muitas vezes passa despercebida, mas carrega em seu interior esculturas e talha discreta que dialogam com o estilo neoclássico. Sua construção iniciou-se em 1817 e foi concluída apenas no século XIX, refletindo períodos distintos.

Outro ponto menos visitado é a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, situada um pouco afastada do centro das atrações principais. Mesmo que por fora ela imponha estilo colonial simples, o local revela curiosidades nas pedras e no traçado da fachada que dialogam com o acervo religioso local.

Que museus locais ajudam a revelar a alma da cidade?

O Museu de Congonhas, fundado em 2015, vai além de exibir objetos sacros: ele contextualiza a obra de Aleijadinho, narra o processo histórico por trás do santuário e oferece material interativo que aproxima arte e cidade. Ele funciona de terça-feira a domingo, com horários alternados e ingresso simbólico.

Já o Museu da Imagem e Memória de Congonhas, instalado num casarão antigo na Ladeira Bom Jesus, reúne fotos, documentos e objetos pessoais da cidade. A entrada costuma ser gratuita, e o espaço mostra como a vida cotidiana dos moradores dialoga com a grandiosidade do conjunto barroco.

Como incluir trilhas leves e mirantes no seu roteiro?

Você sabia que Congonhas tem pequenos mirantes escondidos entre morros e ladeiras? Subindo por ruas secundárias ou caminhando por becos pouco usados, é possível encontrar panoramas onde o Santuário se revela de ângulos inusitados, com o verde ao redor compondo a cena.

Outra opção é visitar o Parque Ecológico da Cachoeira, a cerca de 5 km do centro urbano. O local abriga a Cachoeira da Água Limpa, trilhas fáceis, áreas de lazer e estrutura para contemplação da natureza. Para quem quer sair do circuito barroco e respirar verde, é uma alternativa interessante.

O legado eterno da Igreja dos 12 Profetas

No alto da colina, a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos abriga o conjunto escultórico dos 12 profetas esculpidos por Aleijadinho entre 1800 e 1805. Cada figura, talhada em pedra-sabão, expressa emoções distintas e simbolismos profundos, refletindo a genialidade do artista e sua devoção.

Ao redor do adro, as capelas dos Passos da Paixão completam a narrativa visual com cenas da Via Sacra entalhadas em madeira e pintadas por Manoel da Costa Ataíde. Reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial, o santuário une fé, arte e história em uma das mais importantes expressões do barroco mineiro. Caminhar entre os profetas é vivenciar o encontro entre o sagrado e o humano.

Igreja dos 12 profetas de Aleijadinho em Congonhas Minas Gerais
Igreja dos 12 profetas de Aleijadinho em Congonhas Minas Gerais

Congonhas/MG - Foto: Igor Souza

Por que visitar Congonhas vai além do Santuário?

O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, com seus 12 profetas e capelas da Paixão, é o cartão cultural mais divulgado da cidade. Ele foi construído a partir de 1757 por promessa de Feliciano Mendes e se tornou Patrimônio Mundial da UNESCO em 1985. No entanto, há mais em Congonhas do que esse único conjunto monumental.

Na prática, o conjunto barroco funciona como “âncora” turística: a maioria dos visitantes começa por lá, mas quem desce as escadarias, explora ruelas e observa fachadas urbanas descobre textos arquitetônicos menos escancarados. Ao caminhar pelas ruas do entorno, há sobrados e casarios coloniais que ecoam memórias do passado minerador.

Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos com 12 profetas em Congonhas
Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos com 12 profetas em Congonhas
Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas MG
Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas MG

Congonhas/MG - Fotos: Igor Souza

Qual o tempo ideal e como organizar o roteiro?

Para aproveitar bem os recantos menos óbvios, o ideal é passar pelo menos um dia e meio em Congonhas. Na manhã do primeiro dia, explore o santuário e as capelas; depois, dedique-se ao museu local e ao casarão da memória. No dia seguinte, faça as caminhadas leves, visite a Igreja de São José e conheça parques.

Se o tempo for escasso, opte por um roteiro híbrido: concentre-se nas atrações próximas (Santuário, museus, beco), e deixe para visitar mirantes ou trilhas no final da tarde, quando a luz realça texturas arquitetônicas. Reservar pernoite próximo ao Santuário facilita deslocamentos.

Quando visitar e como evitar surpresas

A melhor janela para ir a Congonhas é entre abril e setembro — meses com menor incidência de chuvas, o que facilita caminhadas e uso dos espaços ao ar livre. Entre outubro e março, chuvas vespertinas são frequentes, exigindo flexibilidade no roteiro.

Fique atento aos horários dos museus: o Museu de Congonhas costuma abrir das 9h às 17h, exceto às quartas-feiras, quando abre das 13h às 21h, com entrada gratuita. Agendar visitas guiadas com antecedência pode garantir acesso pleno a espaços fechados.

Como chegar e onde ficar sem perder tempo de experiência?

Congonhas está localizado cerca de 80 km a sul de Belo Horizonte, com fácil acesso pela BR-040. Quem vem do aeroporto de Confins ou da capital mineira pode seguir por rodovia, com paradas estratégicas em cidades históricas vizinhas.

Para dormir, o ideal é escolher hospedagem próxima ao Santuário do Bom Jesus. Assim, você estará a poucos passos da maioria das atrações centrais e evita longas descidas e subidas em ladeiras ao longo do dia.

+ Leia também: Por que cada vez mais famílias estão escolhendo este cantinho de Minas para descansar?

Um convite para ver Congonhas com outro olhar

Congonhas Minas Gerais oferece mais que monumentos famosos: é uma cidade que convida ao olhar atento, à caminhada demorada e à curiosidade pelas pequenas relíquias urbanas. Ao sair da rota convencional, descobrimos igrejas modestas, museus silenciosos e mirantes que contam segredos sutis — pedaços de história local que muitas vezes ficam por trás dos holofotes.

Se você quer viver uma viagem com ritmos pausados, onde cada rua pode revelar uma surpresa e o silêncio das fachadas complementa a grandiosidade dos profetas, reservando tempo para esses recantos, sua visita pode se transformar em descoberta — não apenas de Congonhas, mas de partes sutis da alma mineira. Que tal montar seu roteiro personalizado com esses cantinhos menos explorados?

Sobre o autor:

Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.

Casa histórica do periodo colonial com uma arvore na frente em Congonhas
Casa histórica do periodo colonial com uma arvore na frente em Congonhas
Casa histórica que é a Rádio Congonhas em Congonhas MG
Casa histórica que é a Rádio Congonhas em Congonhas MG

Congonhas/MG - Fotos: Igor Souza

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