Turistas se encantam com cidade a 30 minutos de BH e suas igrejas barrocas
A poucos minutos de BH, Sabará revela igrejas coloniais, ruínas com história e sabores típicos que encantam quem busca um turismo autêntico e cultural
Enquanto muitos turistas buscam destinos distantes, há quem se surpreenda com a história viva que existe a poucos minutos de Belo Horizonte. Sabará, a apenas 30 km da capital, é considerada um importante patrimônio histórico de Minas Gerais que preserva ruas de pedra, igrejas centenárias e tradições que atravessam séculos. É um lugar onde o tempo caminha devagar e cada esquina guarda um pedaço da memória de Minas Gerais.
Centro histórico preservado com igrejas e casarões coloniais.
Festas religiosas que unem fé, música e comunidade.
Gastronomia típica com ora-pro-nóbis, quitandas e doces caseiros.
Quais são as principais joias da arquitetura religiosa de Sabará?
Sabará abriga templos considerados entre os mais representativos do período colonial mineiro. A Igreja de Nossa Senhora do Ó é exemplo disso: por fora, uma fachada simples; por dentro, um trabalho rococó de grande detalhamento, com entalhes e pinturas que revelam a sofisticação do barroco tardio.
Outro destaque são as ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que, mesmo incompletas, possuem um simbolismo marcante. Construída pela comunidade negra no período da escravidão, a igreja nunca foi concluída, mas permanece como espaço de memória e resistência.
Como o centro histórico mantém viva a história da cidade?
Andar pelas ladeiras de Sabará lembra um livro de história a céu aberto. Os casarões coloniais, com sacadas de madeira e portais trabalhados em pedra, remetem à época em que a cidade prosperava com o ouro e o comércio.
Um dos pontos imperdíveis é a Casa da Intendência, atual Museu do Ouro. O espaço guarda objetos da mineração, arte sacra e registros do período colonial, funcionando como elo entre o passado e o presente.
Quais festas e tradições ainda movimentam Sabará?
O calendário cultural e religioso da cidade é variado, com eventos que atraem moradores e visitantes. Entre os mais marcantes estão:
Jubileu de Nossa Senhora do Rosário.
Festa do Divino Espírito Santo.
Semana Santa com procissões e tapetes de serragem.
Apresentações de congada e grupos folclóricos.
Essas celebrações ocupam as ruas com encenações e atividades, reunindo fé, música, gastronomia e arte popular.
Por que a gastronomia é um atrativo à parte?
A culinária sabarense é conhecida por sua diversidade e vínculo com a tradição. O ora-pro-nóbis, planta típica da região, é protagonista de pratos que combinam tradição e criatividade. Durante o Festival do Ora-pro-nóbis, realizado anualmente, restaurantes e cozinheiras locais apresentam receitas que vão do frango com ora-pro-nóbis a versões inovadoras da iguaria.
Outros sabores típicos incluem:
Broas de milho e bolinhos de feijão.
Pastéis de angu com recheios variados.
Doces caseiros preparados em tachos de cobre.
Licores e quitandas tradicionais.
O que simboliza o Chafariz do Kaquende?
Construído no período colonial, o Chafariz do Kaquende é um marco da cidade e ainda fornece água potável. Uma lenda popular diz que quem bebe de suas águas sempre retorna a Sabará. Além do mito, o chafariz ilustra a importância das estruturas de abastecimento na vida urbana colonial, mostrando que o patrimônio não se resume a grandes monumentos.
Sabará também é destino para quem gosta de natureza?
Apesar do destaque para o patrimônio histórico, Sabará está cercada por belas paisagens. Localizada entre as Serras do Curral e da Piedade, oferece trilhas curtas próximas ao centro, mirantes naturais e áreas verdes para contemplação. Essa combinação de urbano histórico e áreas naturais contribui para a experiência do visitante.
Entre as opções estão:
Caminhadas leves com vista para o centro histórico.
Mirantes que revelam o encontro das serras.
Áreas de mata nativa ideais para observação de pássaros.
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Um destino onde o presente e o passado convivem
Visitar Sabará é mais do que conhecer igrejas ou museus: é entrar em contato com uma cidade que vive a própria história diariamente. As conversas à porta das casas, o som dos sinos, o aroma da comida caseira e a vista das serras compõem um cenário pouco comum em outros destinos.
É um destino que prova que, muitas vezes, não é preciso viajar longe para viver uma experiência marcante. Sabará mostra que, ao lado da capital, possui um patrimônio vivo que se expressa em encontros, festas e na recepção aos visitantes que decidem parar para ouvir o que suas pedras e sua gente têm a contar.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.
Sabará/MG - Foto: Igor Souza