Você já ouviu falar nessa joia rural a 60 km de BH? Prepare-se para se apaixonar
Natureza, sossego e paisagens cinematográficas: descubra o encanto de Casa Branca, um distrito cheio de autenticidade em Brumadinho
Um destino entre montanhas que poucos conhecem
Localizado no município de Brumadinho, em Minas Gerais, o distrito de Casa Branca é um desses lugares que ainda passam despercebidos por muita gente — mas que conquistam de imediato quem tem a sorte de chegar até lá. A pouco mais de 60 km de Belo Horizonte, o vilarejo é um refúgio de calma, cercado pela imponência da Serra da Moeda, um dos conjuntos naturais reconhecidos da região metropolitana.
A viagem até Casa Branca já prepara o visitante para o que está por vir. À medida que se deixa a BR-040 e se entra por vias mais estreitas, o cenário muda. Árvores fecham o céu, o relevo se desenha em curvas suaves e, aos poucos, surgem as casinhas simples, os jardins bem cuidados e um ambiente de tranquilidade menos frequente em áreas urbanizadas.
Simplicidade, fé e identidade cultural
A primeira impressão de quem chega a Casa Branca é a de estar entrando em um lugar que mantém práticas e costumes antigos. As casas modestas e bem conservadas, os moradores nas varandas, o ritmo sem pressa — tudo contribui para criar uma atmosfera acolhedora e autêntica. A Capela de Nossa Senhora do Rosário, ainda ativa, é um dos principais símbolos religiosos da comunidade. Ela representa a fé local e remete a um tempo em que a religiosidade ocupava papel central na vida social do interior mineiro.
As festas religiosas acontecem com participação ativa dos moradores, especialmente nas celebrações da padroeira. Os enfeites nas ruas, as missas e os momentos de confraternização contribuem para preservar tradições locais ao longo dos anos, mesmo com a chegada de novos visitantes. É essa combinação entre o sagrado e o cotidiano que dá a Casa Branca seu caráter único.
Beleza natural e um cenário propício para contemplação
A Serra da Moeda, que emoldura o distrito, não é apenas um pano de fundo. Ela está presente em todos os olhares, em todos os caminhos, ditando o clima e a paisagem. com significativa diversidade de fauna e flora e com vegetação típica da Mata Atlântica e campos rupestres, a serra oferece mirantes naturais, trilhas e áreas de descanso procuradas por visitantes em busca de sossego e contato com a natureza.
Alguns caminhos partem do próprio vilarejo em direção a áreas mais altas da serra, de onde é possível avistar o vale e algumas localidades ao redor. É comum ver ciclistas, trilheiros e fotógrafos aproveitando a luz suave do fim da tarde para registrar as cores e formas do lugar. E quando o tempo permite, até mesmo voos de parapente costumam ocorrer na região, partindo de pontos específicos da serra.
Turismo afetivo e experiências marcantes
Ao contrário de destinos turísticos consolidados, Casa Branca oferece algo diferente: a possibilidade de uma experiência voltada ao contato com a natureza e ao descanso. As hospedagens locais, muitas delas administradas por famílias da região, costumam seguir a linha do turismo de bem-estar. Chalés no meio da mata, pousadas simples com comida feita no fogão à lenha, espaços para meditação e silêncio. Tudo isso faz parte da proposta voltada a quem busca descanso e bem-estar.
Além disso, o distrito vem se tornando um lugar especial para fotógrafos e produtores culturais, que encontram ali um cenário ideal para projetos autorais. Ensaios ao ar livre, retratos de famílias, vídeos contemplativos — Casa Branca em sendo utilizada como cenário para diferentes trabalhos fotográficos e audiovisuais.
O que fazer no distrito e nos arredores
Apesar do clima de descanso, há o que fazer por ali. A seguir, algumas das atividades e experiências mais procuradas:
Trilhas ecológicas: várias opções para todos os níveis de preparo, com trechos que levam a mirantes e nascentes.
Passeios de bicicleta: o relevo e as estradas rurais tornam a região adequada para o cicloturismo.
Feiras e quitandas: nos fins de semana, moradores costumam vender pães, doces e quitutes típicos, muitos produzidos com ingredientes locais.
Cafés e bistrôs regionais: pequenos empreendimentos oferecem cafés especiais, refeições caseiras e sobremesas típicas.
Momentos de descanso à beira de córregos e matas: há áreas onde é possível relaxar ao som da natureza, acessíveis a partir do vilarejo.
Como chegar e outras informações práticas
Localização: Casa Branca está situada no município de Brumadinho, a cerca de 60 km de Belo Horizonte. O acesso é feito pela BR-040, com entrada no km 561 (trevo para Mário Campos).
Acesso: parte do caminho é asfaltado, mas há trechos em estrada de terra. Um veículo convencional normalmente é suficiente, exceto em dias de chuva intensa.
Melhor época para visitar: entre maio e setembro, quando o tempo é seco e as trilhas estão mais seguras. No verão, as chuvas podem dificultar o acesso a alguns pontos.
Hospedagem: chalés, casas para temporada e pousadas com estrutura básica, mas confortável.
Internet e sinal: o sinal de celular pode oscilar em algumas áreas, especialmente mais afastadas do centro do distrito.
Turismo consciente e preservação
Com o aumento do interesse por destinos mais tranquilos, Casa Branca passou a receber um número maior de visitantes. Esse crescimento traz oportunidades, mas também desafios. A região integra uma área de recarga hídrica associada ao entorno do Rio Paraopeba e à Serra da Moeda.
Moradores e iniciativas independentes têm atuado na educação ambiental e na promoção do turismo responsável. Há placas orientando sobre orientações sobre descarte de lixo, limite de visitantes em áreas mais sensíveis e incentivo à valorização das tradições locais. Visitar Casa Branca, portanto, é também assumir o compromisso de respeitar a simplicidade, a natureza e a comunidade local.
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Para quem busca beleza sem artifícios
Casa Branca, distrito de Brumadinho, é um destino pouco conhecido em Minas Gerais, não possui monumentos de grande porte nem atrações de grande apelo comercial. Mas há uma beleza que muitos visitantes dizem perceber aos poucos e guardar na memória. Está nas montanhas, nas janelas azuis, nas conversas despretensiosas com os moradores.
É um destino procurado por quem aprecia ambientes tranquilos e contato com a natureza. E talvez seja isso que o torna tão especial. Em tempos acelerados, encontrar um lugar que convida à pausa pode ser mais do que turismo — pode ser reencontro.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Casa Branca/MG - Foto: Igor Souza