Você vai querer largar tudo e ir para essa cidade mineira cercada por natureza
Um refúgio entre montanhas, igrejas históricas e cachoeiras surpreendentes te espera em Minas. Descubra agora o encanto de Catas Altas
Aos pés da imponente Serra do Caraça, Catas Altas parece ter encontrado um jeito próprio de desacelerar o tempo. Ruas de pedra, sinos de igreja e a brisa fria da serra compõem uma ambiência que convida ao silêncio atento. Parte do Circuito da Estrada Real e a cerca de 120 km de Belo Horizonte, o município oferece um encontro raro entre patrimônio colonial e natureza preservada.
Centro histórico compacto e tombado, com matriz setecentista.
Serra do Caraça ao alcance, com trilhas e cenários de altitude.
Distância de BH em torno de 118–120 km, com acesso principal BR-381 + MG-436.
O que emociona logo na chegada a Catas Altas?
A aproximação pela região de Barão de Cocais e Santa Bárbara vai desenhando no horizonte os recortes da Serra do Caraça, indicação clara de que a paisagem comanda a experiência. No núcleo urbano, o centro histórico — protegido pelo IEPHA — preserva a leitura do traçado colonial, com casario alinhado e igrejas se sobressaindo no conjunto. Não é cenário encenado: é cotidiano vivido, que se abre ao visitante com naturalidade.
Como a cultura local preserva suas tradições?
Em Catas Altas, a religiosidade organiza o calendário e ajuda a manter a memória coletiva. A Semana Santa mobiliza moradores e visitantes, com procissões, vias sacras e encenações no casario e adros das igrejas — uma programação que integra iniciativas estaduais de valorização do período. Em 2024 e 2025, o município esteve oficialmente na agenda do Minas Santa, reforçando a dimensão cultural da fé no território.
Tradições que seguem vivas
Semana Santa com procissões e encenações no centro histórico.
Festa da padroeira na Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Programações religiosas sazonais no Santuário do Caraça.
Patrimônio sacro com acesso fácil e vistas emblemáticas
A Matriz de Nossa Senhora da Conceição começou a ser erguida em 1729, substituindo a antiga matriz por não comportar a comunidade. O templo segue como referência espiritual e paisagística no coração da cidade. Em uma colina próxima, a Capela de Santa Quitéria oferece uma das vistas mais fotogênicas do município; datada do século XVIII, é cartão-postal para quem chega em busca de contemplação.
Quais belezas naturais o visitante encontra sem sair da sede?
Catas Altas concentra atrativos de natureza a minutos do centro. A Cachoeira da Santa fica a aprox. 1,5 km da sede, com acesso sinalizado e queda d’água refrescante cercada de mata nativa — um programa certeiro para uma manhã ou fim de tarde. A partir do núcleo urbano, trilhas leves conduzem a poços e mirantes com vista privilegiada para a serra.
Natureza a poucos passos
Cachoeira da Santa (entrada franca; 1,5 km da sede).
Caminhadas curtas até mirantes na borda urbana.
Trilhas leves com paisagem da Serra do Caraça.
Como incluir o Caraça no roteiro sem errar a rota?
O Santuário do Caraça — conjunto histórico-natural com mais de 11 mil hectares — fica entre os municípios de Catas Altas e Santa Bárbara. O acesso oficial indicado sai de BH pela BR-381 (sentido Vitória) até o trevo para Barão de Cocais/Santa Bárbara, seguindo pela MG-436; antes de Santa Bárbara, entra-se para a Estrada do Caraça. É o caminho mais prático para quem está na capital. Há também itinerários cênicos envolvendo a MG-129, rodovia que liga cidades históricas como Mariana e Ouro Branco e passa por Catas Altas.
A gastronomia é um convite ao sabor mineiro
Fogão a lenha, receitas de roça e cafezinho coado mantêm viva a cozinha caseira. Pratos como frango com quiabo, feijão tropeiro e angu aparecem em versões afetivas, muitas vezes com ingredientes de quintal. Doces, queijos e cachaças artesanais completam o circuito de sabores — um encontro simples e acolhedor, que combina com a cadência da cidade.
Qual é a melhor época para visitar e aproveitar trilhas?
O outono e o inverno costumam oferecer clima mais seco e temperaturas amenas, ideais para caminhadas e mirantes. Na primavera, a vegetação renova tons e aromas; no verão, programar passeios pela manhã ajuda a driblar o calor, reservando a tarde para banhos de cachoeira e atividades mais curtas. Em feriados religiosos, a dimensão cultural ganha destaque com programações especiais no centro histórico e no Caraça.
Como planejar o acesso de Belo Horizonte
Distância e tempo: a distância em linha reta fica perto de 59–93 km (varia conforme metodologia), enquanto por estrada a rota mais comum marca ~118 km, com tempo entre 1h50 e 2h20 a depender do trânsito de saída da capital. Não é apenas BR-381: o acesso principal combina BR-381 + MG-436 via Barão de Cocais/Santa Bárbara; a MG-129 também atende a região e conecta Catas Altas a Mariana, Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete.
Dicas práticas para um fim de semana bem aproveitado
Catas Altas tem 5.473 habitantes (IBGE 2022), clima de cidade pequena e oferta de pousadas familiares. Uma boa proposta de 2 dias combina centro histórico, capelas e Cachoeira da Santa no primeiro giro; no segundo, saída cedo para o Caraça — com tempo para caminhar e visitar a igreja neogótica de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Reserve refeições com antecedência em feriados e confirme condições de estrada na MG-129 e MG-436.
Checklist rápido
Comprar antecipado: hospedagem em feriados e Semana Santa.
Sinalização: seguir placas para Cachoeira da Santa e Estrada do Caraça.
Rodovias: BR-381 + MG-436 (acesso principal) e conexões pela MG-129.
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Uma cidade que desperta sentimentos
Catas Altas não depende de grandes atrações para tocar o visitante. O que fica é a soma de pequenas coisas: o adro da matriz ao fim da tarde, o vento frio descendo da serra, o caminho curto até a cachoeira, a conversa despretensiosa na porta da vendinha. Entre montanhas e história, a cidade nos lembra que autenticidade e tempo são luxos — e que a melhor viagem, muitas vezes, é a que cabe em passos lentos.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Catas Altas/MG - Foto: Igor Souza