Você vai se surpreender com o que está acontecendo neste cantinho de Minas
Bichinho, em Prados (MG), está se transformando em referência de turismo cultural, artesanal e sustentável. Descubra por que esse vilarejo tem encantado o Brasil.
No coração de Minas Gerais, cercado pelas montanhas da Serra de São José, existe um pequeno distrito que está transformando seu destino de forma silenciosa e encantadora. Bichinho, pertencente a Prados, é um vilarejo que tem conquistado visitantes com algo raro: autenticidade, beleza e identidade local.
Localizado a 13 km de Prados e a menos de 7 km de Tiradentes, o distrito atrai quem prefere viajar sem pressa, valorizando a essência e o contato humano. Cada novo visitante confirma: este é um destino de turismo de afeto — aquele que marca tanto a memória quanto a alma.
Por que o distrito é chamado de Bichinho?
O nome oficial é Vitoriano Veloso, mas poucos usam essa denominação. O apelido “Bichinho” ganhou força ao longo do tempo e hoje é mais conhecido que o próprio nome de batismo.
As origens do apelido são diversas:
Alguns associam a histórias de tropeiros.
Outros mencionam lendas locais.
Independentemente da versão, o nome tornou-se sinônimo de simplicidade e hospitalidade. Suas ruas de terra, casas com varandas e o aroma de comida caseira criam uma atmosfera que remete a outros tempos — mas que pulsa no presente.
Artesanato: mais que trabalho, um jeito de viver
Em Bichinho, o artesanato é muito mais que fonte de renda: é expressão de vida. Ele está em calçadas, muros, vitrines e ateliês improvisados dentro das próprias casas. Muitos moradores são artistas, escultores, marceneiros ou ceramistas.
Destaques que encantam os visitantes:
Móveis rústicos feitos com madeira de demolição.
Peças em ferro e pinturas coloridas.
Objetos decorativos com identidade mineira.
Lugares como o Ateliê Arte e Ofício e a Casa Torta são paradas obrigatórias para quem quer levar um pedaço de Minas para casa.
Qual é a importância da fé e das tradições para o vilarejo?
A religiosidade também é parte da vida em Bichinho, discreta, mas presente. A Capela de Nossa Senhora da Penha, no alto de uma colina, é um símbolo de devoção e resistência histórica.
Além das celebrações religiosas, o distrito mantém:
Festas juninas comunitárias.
Encontros culturais organizados por moradores.
São eventos simples, mas carregados de significado, que fortalecem o espírito coletivo e preservam costumes.
Gastronomia: o sabor da memória mineira
A culinária de Bichinho é um convite a desacelerar. O fogão a lenha aquece panelas de ferro, e dali saem pratos que alimentam o corpo e a memória: frango com ora-pro-nóbis, tutu com linguiça, angu com couve e doces feitos com frutas da estação.
O restaurante Tempero da Ângela e outras casas de comida caseira são referências para quem busca a verdadeira cozinha mineira — simples, saborosa e cheia de histórias.
Como a natureza molda o cenário de Bichinho?
O distrito é cercado por um dos cenários mais belos da região: a Serra de São José. São colinas verdes, trilhas e nascentes que formam um pano de fundo perfeito para o vilarejo.
Quem explora os arredores encontra:
Pássaros e flores típicas do cerrado.
Vistas panorâmicas a cada curva.
Caminhantes e ciclistas aproveitando a tranquilidade.
Um turismo que cresce sem perder a essência
O desenvolvimento turístico de Bichinho é gradual e consciente. A maior parte dos negócios é familiar, o que garante atendimento acolhedor e personalizado.
Valores que movem a comunidade:
Reaproveitamento de materiais.
Uso consciente da água e da terra.
Respeito ao ritmo do lugar.
Aqui, o crescimento acontece com os pés no chão e o coração aberto.
Perto de Tiradentes, mas com identidade própria
Apesar da proximidade com Tiradentes, Bichinho mantém seu jeito único de receber. Ao invés de copiar o que funciona na vizinha famosa, o distrito segue seu próprio caminho.
Muitos turistas escolhem:
Se hospedar no vilarejo.
Dedicar um dia inteiro para explorar a região.
Quase todos saem com a mesma sensação: vontade de voltar.
Como chegar e qual a melhor época para visitar?
Saindo de Belo Horizonte, a viagem leva cerca de 3 horas de carro, passando por Barbacena, São João del Rei e Prados. O trecho final, entre Tiradentes e Bichinho, é de terra, mas bem cuidado.
Melhor época para visitar:
Inverno: temperaturas amenas e céu limpo.
Ano inteiro: cada estação revela novas cores e sabores.
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Bichinho: um refúgio mineiro para viver devagar
O que acontece em Bichinho vai além de economia ou turismo: é um reencontro com a essência mineira, com o feito à mão, com a vida vivida devagar.
Aqui, a beleza está nos detalhes, o visitante é recebido como amigo e tudo — da arte à comida — carrega uma história real.
Se você ainda não conhece, prepare-se para se surpreender. E se já conhece, sabe bem por que tantos voltam: Bichinho é um dos destinos mais autênticos de Minas Gerais.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Bichinho/MG - Foto: Igor Souza