5 vilarejos mineiros que combinam cachoeira e história
Conheça 5 vilarejos mineiros que unem cachoeiras e história: Acuruí, Milho Verde, Cocais, São Gonçalo do Rio das Pedras e Rio Acima
Minas Gerais guarda pequenos vilarejos que são verdadeiros refúgios de cultura, natureza e tranquilidade. Entre serras, rios e igrejas centenárias, eles revelam um jeito de viver que resiste ao tempo e, ao mesmo tempo, recebem visitantes em busca de experiências autênticas. Neste roteiro, destacamos cinco vilarejos que unem cachoeiras refrescantes e patrimônio histórico: Acuruí, Milho Verde, Cocais, São Gonçalo do Rio das Pedras e Rio Acima.
Natureza preservada: rios, poços e quedas d’água cristalinas.
História viva: igrejas, festas religiosas e arquitetura colonial.
Comunidade acolhedora: hospitalidade que transforma a viagem.
Acuruí guarda tesouros escondidos?
Distrito de Itabirito, Acuruí é conhecido pelas trilhas curtas e pelo circuito de cachoeiras em propriedades particulares. A região fica a cerca de 80 km de Belo Horizonte, o que facilita o passeio em finais de semana. O vilarejo mantém atmosfera de interior, com comércio básico e moradores que orientam os visitantes sobre acessos.
Principais cachoeiras em Acuruí:
Cachoeira do Cruzado (também chamada de Abacaxi).
Cachoeira Carrancas.
Cachoeira Cascalho.
O acesso é controlado, com taxa de manutenção cobrada pelos proprietários. Em períodos de seca, a água fica mais clara e os poços mais agradáveis para banho; nas chuvas, o volume aumenta e pede atenção redobrada.
Milho Verde combina cachoeiras e devoção religiosa?
Milho Verde, distrito do município do Serro, guarda ruas de pedra e paisagens montanhosas que contrastam com a singela Capela de Nossa Senhora do Rosário, um dos marcos locais. A tradição religiosa se mistura ao cotidiano, em celebrações que atravessam gerações.
Na parte natural, o vilarejo é cercado por quedas que se tornaram pontos de encontro.
Cachoeiras mais lembradas em Milho Verde:
Cachoeira do Moinho.
Cachoeira da Fumaça.
Outras quedas menores nos arredores da vila.
Esses atrativos são acessíveis por trilhas curtas, geralmente de dificuldade baixa a moderada. Depois do banho de rio, vale provar a comida caseira em restaurantes que usam fogão a lenha e hospedar-se em pousadas familiares que reforçam o clima acolhedor.
Cocais revela a força de sua história?
No distrito de Cocais, em Barão de Cocais, o visitante encontra a combinação de casario antigo, igrejas e festas tradicionais com um patrimônio arqueológico de grande relevância. A poucos quilômetros da vila, na Serra da Conceição, está a Cachoeira da Pedra Pintada, também conhecida como Cachoeira Cocais.
O local é vizinho do Sítio Arqueológico da Pedra Pintada, onde foram identificadas 122 pinturas rupestres com até 10 mil anos de idade. A visitação é guiada e feita sob regras de preservação, reforçando a importância científica do lugar.
Por que Cocais interessa a quem gosta de cultura
Além das cachoeiras, o distrito guarda tradições transmitidas de geração em geração. A vivência no centro da comunidade, entre igrejas e feiras, permite ao visitante perceber a relação direta entre passado, presente e futuro. Cocais é, portanto, um destino que oferece tanto lazer quanto aprendizado.
São Gonçalo do Rio das Pedras é só mais um vilarejo turístico?
Não. O distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, também pertencente ao município do Serro, é reconhecido pelo charme de suas ruas coloniais e pela fé de sua comunidade. A Matriz de São Gonçalo é uma das construções mais emblemáticas, cercada por casas antigas e pelo ritmo tranquilo da vida local.
Ao redor do vilarejo, cachoeiras acessíveis completam o cenário. Trilhas curtas levam a quedas que oferecem poços ideais para banho e contemplação. A receptividade dos moradores e a atmosfera histórica transformam cada visita em uma experiência que une descanso, cultura e contato com a natureza.
Rio Acima em Minas Gerais também tem cachoeiras?
Sim. Localizada a pouco mais de 30 km de Belo Horizonte, Rio Acima é um município que combina história e natureza. No centro, destaca-se a Igreja Matriz de Santo Antônio, além da antiga Estação Ferroviária, hoje restaurada como Estação da Cultura, que guarda parte da memória da Estrada de Ferro Central do Brasil.
As áreas naturais do entorno abrigam várias nascentes e quedas de água, procuradas principalmente nos fins de semana. Trilhas de nível leve a moderado levam a poços e cachoeiras próximas ao núcleo urbano, atraindo tanto moradores quanto visitantes.
Como aproveitar melhor Rio Acima
Intercale a visita entre passeios culturais e banhos de rio. O ideal é chegar cedo às cachoeiras, aproveitando o restante do dia para caminhar pelo centro, conhecer a estação restaurada e observar a vida comunitária em ritmo tranquilo.
Como organizar a viagem entre os cinco vilarejos
Uma boa estratégia é dividir os roteiros por regiões:
Acuruí e Rio Acima podem ser visitados em fins de semana curtos, devido à proximidade de Belo Horizonte.
Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras se encaixam em viagens de 3 a 4 dias, com base no município do Serro.
Cocais pode render um dia inteiro, unindo cachoeira e visita ao sítio arqueológico.
O que une esses vilarejos mineiros?
Apesar das diferenças de localização, todos compartilham elementos que os tornam especiais. Eles preservam patrimônios históricos, mantêm tradições religiosas e oferecem paisagens naturais em forma de rios e cachoeiras.
Aspectos em comum:
Arquitetura colonial e igrejas centenárias.
Tradições culturais ligadas à comunidade.
Rios e cachoeiras que atraem visitantes.
Essa combinação reforça o valor dos vilarejos como destinos turísticos e como guardiões da identidade mineira.
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Uma viagem entre águas e memórias
Visitar Acuruí, Milho Verde, Cocais, São Gonçalo do Rio das Pedras e Rio Acima é mergulhar em um mosaico de experiências que só Minas Gerais oferece. São destinos que convidam à pausa, ao banho de rio, à caminhada leve e ao convívio com tradições que resistem ao tempo.
Mais do que pontos turísticos, esses vilarejos são lugares de encontro entre passado e presente, onde cada detalhe — da arquitetura simples ao sabor do café coado — se transforma em memória. Uma viagem que une história e natureza, deixando no visitante a vontade de voltar.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Acurui/MG - Foto: Igor Souza