Café com biscoito, a dupla que fez essa cidade ganhar fama nacional
Descubra como essa cidade se tornou a Capital Mineira do Café com Biscoito e mergulhe em sua tradição, festas e sabores únicos
No coração de Minas, São Tiago transformou o gesto cotidiano de servir café com biscoito em identidade coletiva e motor do turismo local. A cidade passou a ser conhecida como São Tiago Capital Mineira do Café com Biscoito, expressão que condensa sabores, memória e hospitalidade. Essa fama nasceu de um costume doméstico e se projetou para ruas, praças e eventos, com forte participação da comunidade.
Tradição preservada nos fornos de lenha
Festa do Café com Biscoito movimenta milhares de visitantes
Turismo que une gastronomia, história e natureza
Qual é a origem do título de Capital Mineira do Café com Biscoito?
A expressão nasceu do encontro entre hospitalidade mineira e produção de quitandas. Por décadas, famílias receberam viajantes com café passado na hora e biscoitos assados em casa, gesto que virou marca de São Tiago e ganhou projeção regional. O título reflete esse orgulho coletivo e a percepção de que a culinária local sustenta laços de vizinhança e acolhimento.
Quando o preparo doméstico se somou a pequenas fábricas, o costume ultrapassou as cozinhas e entrou na economia. O que era hábito de recepção virou símbolo identitário, reconhecido por moradores, visitantes e órgãos de turismo. Hoje, a cidade associa sabor e saber-fazer, contando sua história por meio de receitas que atravessam gerações.
Quando surgiu a Festa do Café com Biscoito?
O evento começou no fim dos anos 1990, inicialmente como uma parada para valorizar as quitandas e dar vitrine aos produtores locais. A boa adesão transformou a ideia em festa anual, realizada em setembro, quando a cidade recebe um fluxo intenso de visitantes. Ao longo do tempo, o fim de semana ganhou estrutura, curadoria e programação pensada para famílias.
Com o passar dos anos, a programação cresceu e incorporou oficinas, apresentações culturais e degustações públicas. A festa consolidou o lugar do café com biscoito como patrimônio vivido e tornou-se referência do calendário cultural mineiro. A praça central se transforma em palco de encontros, onde o visitante participa e aprende, não apenas observa.
As quitandas continuam feitas de forma artesanal?
Mesmo com dezenas de fábricas, o forno de lenha segue aceso em muitas casas e ateliês culinários. A modelagem manual, o tempo de descanso e o ponto do forno são transmitidos entre gerações, preservando textura e aroma característicos. Boleiras e biscoiteiras descrevem ritmos de trabalho que respeitam clima, umidade e o tempo da massa.
Produtoras relatam que o segredo não está apenas na receita, mas no gesto repetido com cuidado. Essa continuidade explica por que o sabor remete à memória afetiva e por que o visitante percebe autenticidade em cada fornada. Em um mesmo bairro, é comum encontrar quem faça rosquinha, quem assa casadinho e quem se especializa nas torradinhas salgadas.
Rosquinhas de nata
Torradinhas de queijo
Casadinhos tradicionais
Patrimônio cultural reconhecido e vivido
O café com biscoito ultrapassou a cozinha e entrou no campo da cultura, com reconhecimento institucional e ações de salvaguarda. Esse enquadramento estimula registro de saberes, formação de acervos e apoio a iniciativas comunitárias ligadas ao tema. Mais do que um rótulo, esse reconhecimento organiza políticas e orienta prioridades de preservação.
Na prática, o título fortaleceu redes de produtores, deu visibilidade às biscoiteiras e criou novas oportunidades no turismo de experiência. A cidade passou a articular tradição e futuro, sem romper com a forma de fazer que a originou. Em eventos, escolas e oficinas, crianças e jovens aprendem técnicas, garantindo continuidade ao ofício.
O que o visitante encontra durante a festa?
Em setembro, a praça central se transforma em cenário de cheiros, sons e encontros. Barracas de biscoitos de várias receitas dividem espaço com cafés coados, atrações artísticas e ambientações que contam a história das quitandas. O evento é organizado para circular durante o dia e se estender à noite, com segurança e sinalização.
Além das degustações, a programação inclui oficinas, cortejos e shows que ocupam o dia e a noite. A festa funciona como porta de entrada para quem quer entender por que São Tiago Capital Mineira do Café com Biscoito virou um nome tão conhecido. Ali, o visitante prova sabores, conversa com quem produz e leva conhecimento para além da lembrança culinária.
Degustações gratuitas de café e biscoitos
Oficinas e apresentações culturais
Shows e atividades em praças centrais
Turismo além da gastronomia
O roteiro também passa por igrejas históricas no centro e por áreas de natureza acessíveis nos arredores. Entre capelas e a Matriz, a arquitetura religiosa revela camadas da formação local e pontos de encontro da comunidade. A contemplação do patrimônio pode ser combinada com pausas em confeitarias e lojas de biscoitos.
Em dias mais tranquilos, balneários e recantos de rio oferecem pausa entre uma fornada e outra. É a chance de combinar cultura e paisagem em caminhadas curtas e banhos refrescantes, compondo uma experiência sem pressa. A proximidade com cidades da Estrada Real amplia possibilidades para roteiros de fim de semana.
Como vivenciar São Tiago de forma autêntica?
Uma boa estratégia é chegar antes da grande programação, observar os fornos em atividade e conversar com quem produz. O visitante aprende sobre pontos de massa, variações de receita e diferenças entre biscoitos de festa e de venda diária. Vale perguntar sobre a lenha usada, os moldes e as formas de resfriamento que garantem crocância.
Também vale combinar a visita com cidades próximas da Estrada Real, criando um roteiro de fim de semana. Assim, a viagem integra gastronomia, patrimônio e natureza, mantendo São Tiago como eixo da experiência. Ao final, é comum o visitante levar caixas de biscoito e a vontade de retornar em outra época para novas fornadas.
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Sabores que convidam a voltar
Entre cafés fumegantes e biscoitos crocantes, São Tiago mostra que tradição pode mover uma cidade. Visitar a Capital Mineira do Café com Biscoito é participar de um ritual de acolhimento que se renova a cada fornada. O convite permanece mesmo depois da viagem: em cada casa, o costume de passar um café chama a memória de volta.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Café com biscoito - Foto: ChatGPT