Serro, Diamantina e Catas Altas: 3 destinos que respiram história em Minas

Descubra Serro, Diamantina e Catas Altas: cidades históricas mineiras que unem arquitetura, cultura e natureza

Escrito por:
Igor Souza

Publicado em:
23/09/2025

Minas Gerais tem cidades que parecem museus a céu aberto, mas que continuam vivas em seu cotidiano. Serro, Diamantina e Catas Altas formam um roteiro que une arquitetura colonial, festas religiosas e paisagens naturais. São destinos que contam a história do estado por meio de sua arte, de seus sabores e de sua relação com a comunidade.

  • Patrimônio arquitetônico: igrejas, casarões e conjuntos urbanos preservados.

  • Tradições culturais: música, fé, festivais e culinária típica.

  • Natureza integrada: serras, mirantes e cachoeiras próximas às cidades.

Serro é apenas a terra do queijo?

Não. O Serro é conhecido pelo Queijo do Serro, registrado como patrimônio imaterial, mas a cidade preserva muito mais. Seu centro histórico é tombado, reunindo ruas calçadas, casas coloniais e igrejas que remontam ao período da mineração. A Matriz de Nossa Senhora da Conceição é um dos símbolos, construída entre os séculos XVII e XVIII, com torres de madeira imponentes.

Outro destaque é a Igreja de Santa Rita, localizada em posição elevada, acessada por escadaria que oferece vista panorâmica do casario. Caminhar pelas ruas estreitas é se deparar com detalhes de janelas, portais e sobrados que mostram a força da arquitetura colonial em Minas Gerais.

Quais vivências aproximam o visitante do Serro?

O Serro guarda tradições que ainda moldam a vida local. Festas religiosas, procissões e celebrações de santos padroeiros mantêm a cidade em movimento. Além disso, o visitante pode conhecer museus que preservam objetos coloniais e histórias de famílias que marcaram a região.

Experiências recomendadas no Serro:

  • Visitar o Museu Regional Casa dos Ottoni, com acervo de mobiliário e documentos históricos.

  • Conhecer a Casa de João Pinheiro, preservada como patrimônio.

  • Explorar os distritos vizinhos de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras, famosos por suas cachoeiras e vida comunitária.

Diamantina se limita ao passado do Arraial do Tijuco?

Não. A antiga sede do ciclo do diamante cresceu e hoje é Patrimônio Cultural da Humanidade. Suas ruas de pedra formam um cenário onde o passado colonial convive com manifestações artísticas e culturais. A cidade é também lembrada pela música, pela vida acadêmica e por personagens históricos, como Juscelino Kubitschek, que nasceu ali.

O centro histórico abriga construções emblemáticas, como a Casa da Glória, famosa pelo passadiço que atravessa a rua, além de igrejas como São Francisco de Assis, Nossa Senhora do Carmo e outras capelas coloniais. Museus complementam a experiência, revelando objetos e documentos que ajudam a compreender o ciclo da mineração.

O que torna Diamantina uma cidade viva?

O visitante percebe que a cidade não é apenas memória: ela continua pulsando em festas, eventos e na vida diária. A Vesperata, por exemplo, transforma ruas em palco musical, aproximando moradores e turistas. Mas mesmo fora do calendário, é comum encontrar música nas esquinas e manifestações culturais espontâneas.

Destaques em Diamantina:

  • Caminhar pelo centro histórico observando igrejas e casarões.

  • Conhecer o Museu do Diamante, dedicado à história mineral e cultural.

  • Participar de festas religiosas e apresentações musicais que mantêm tradições vivas.

Catas Altas vive apenas de passado colonial?

Não. Catas Altas preserva casario e igrejas, mas se diferencia pela relação intensa com a natureza. Situada aos pés da Serra do Caraça, integra o Circuito do Ouro e a Estrada Real. A Matriz de Nossa Senhora da Conceição, no centro, é um marco arquitetônico, enquanto ruas tranquilas revelam pequenas capelas e casas brancas com janelas coloridas.

Um atrativo curioso é o Bicame de Pedra, aqueduto de alvenaria construído no período colonial, localizado a poucos quilômetros do centro. Já o Caraça complementa a experiência, reunindo santuário, jardins e trilhas em meio à serra. É um destino que equilibra contemplação histórica e imersão natural.

O que fazer em Catas Altas além do centro histórico?

A cidade convida tanto à caminhada cultural quanto à exploração natural. É possível visitar igrejas, acompanhar festas locais e depois seguir para a serra em busca de trilhas e miradouros. O ritmo mais tranquilo da cidade combina com quem gosta de desacelerar.

Sugestões em Catas Altas:

  • Passear pelo casario e pela Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

  • Conhecer o Bicame de Pedra, importante vestígio histórico.

  • Dedicar tempo ao Santuário do Caraça e suas trilhas de contemplação.

O que une Serro, Diamantina e Catas Altas?

Embora diferentes em escala e perfil, as três cidades compartilham elementos que ajudam a compreender Minas Gerais. Todas guardam patrimônio colonial bem preservado, mantêm festas religiosas que envolvem moradores e oferecem paisagens marcadas por serras.

Pontos em comum:

  • Centros históricos tombados e preservados.

  • Eventos culturais e religiosos que atravessam gerações.

  • Natureza integrada à experiência turística.

Como organizar um roteiro entre os três destinos?

Planejar a viagem exige atenção às distâncias. Serro e Diamantina estão relativamente próximos e podem ser combinados em sequência. Já Catas Altas fica em outra região, mais próxima da capital, e pode ser incluída em uma etapa diferente do percurso.

O ideal é reservar ao menos um dia inteiro em cada cidade. Em Diamantina, vale estender a estadia para vivenciar melhor suas festas e museus. Em Serro, a visita se enriquece com os vilarejos vizinhos. E em Catas Altas, a experiência se completa com a Serra do Caraça.

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História, cultura e natureza em diálogo

Serro, Diamantina e Catas Altas mostram que Minas Gerais é feita de encontros entre memória e cotidiano. No Serro, tradição e fé convivem com vilarejos cheios de cachoeiras. Em Diamantina, a música ecoa entre casarões que guardam a memória do diamante. Em Catas Altas, a serra dialoga com a cidade em um cenário que combina espiritualidade e contemplação.

Viajar por essas cidades é compreender que história não é só passado: é presente que se renova a cada celebração, a cada visita e a cada passo pelas ruas de pedra.

Sobre o autor:

Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.

Jardineira histórica na praça central de Catas Altas, com casas históricas do periodo colonial
Jardineira histórica na praça central de Catas Altas, com casas históricas do periodo colonial

Catas Altas/MG - Foto: Igor Souza

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