Congonhas e Sabará: cidades históricas que guardam segredos únicos
Descubra Congonhas e Sabará, cidades históricas mineiras que revelam segredos únicos entre fé, arte, festas e tradições vivas
Minas Gerais carrega cidades que unem fé, arte e tradição de forma única. Entre tantas, Congonhas e Sabará se destacam por mostrarem como a história ainda pulsa em ruas, igrejas e festas que seguem vivas. Ambas convidam o visitante a olhar para além do óbvio, oferecendo experiências que unem memória e cotidiano.
Patrimônio histórico: igrejas, esculturas e conjuntos coloniais.
Tradições vivas: festas religiosas e gastronômicas que atraem visitantes.
Culinária típica: pratos, quitandas e sabores que identificam cada cidade.
Congonhas além dos Profetas de Aleijadinho
Sim. Congonhas ficou conhecida pelo Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, com as esculturas em pedra-sabão dos doze profetas e as capelas da Paixão que marcam a subida ao templo. Obra atribuída a Aleijadinho, esse conjunto é um dos símbolos do barroco mineiro.
Mas limitar Congonhas apenas a esse ícone seria reduzi-la. A cidade guarda outros espaços, como museus locais e igrejas menores, além de tradições religiosas que mobilizam moradores em festas anuais. A visita, portanto, vai além da contemplação artística: é também mergulho na religiosidade viva.
Quais experiências culturais o visitante encontra em Congonhas?
Quem chega a Congonhas percebe que a arte barroca dialoga com o cotidiano. O percurso pelas capelas da Paixão permite observar detalhes que revelam o talento dos artistas e a devoção da comunidade. Já na sala dos ex-votos, objetos simples como fotografias, cartas e pequenos presentes mostram promessas e agradecimentos deixados pelos fiéis.
Além disso, datas religiosas movimentam a cidade, reforçando o elo entre fé e tradição. Em cada esquina, percebe-se como a devoção moldou a identidade local.
O que não deixar de conhecer em Congonhas:
As esculturas dos Profetas em pedra-sabão.
As capelas da Paixão, com grupos de figuras expressivas.
A sala dos ex-votos, com objetos de devoção popular.
Sabará e a sua história com a gastronomia
Sim. A cidade é famosa por transformar a culinária em celebração. O Festival da Jabuticaba e o Festival do Ora-pro-nóbis são dois eventos que colocam Sabará em evidência no calendário mineiro. Durante essas festas, ruas se enchem de barracas, apresentações culturais e moradores que compartilham receitas tradicionais.
A experiência gastronômica vai além dos festivais. Sabará preserva a tradição das quitandas e dos doces caseiros, vendidos em pequenas lojinhas e confeitarias. Comer em Sabará é também aprender sobre sua história, já que muitos pratos têm origem no período colonial.
Igrejas que marca a paisagem em Sabará
O patrimônio religioso é um dos grandes destaques da cidade. A Igreja de Nossa Senhora do Ó chama atenção pelo interior ricamente ornamentado, com talha e pinturas que surpreendem os visitantes. Já a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, inacabada, tornou-se símbolo da presença das irmandades e da diversidade cultural que marcou o período da mineração.
Passear por Sabará é se deparar com templos que seguem em uso e que traduzem, em sua arquitetura, diferentes momentos da formação de Minas. O conjunto revela como a fé se entrelaçou à vida social da cidade.
O que Congonhas e Sabará tem em comum?
Sim. Embora cada cidade tenha sua particularidade, ambas nasceram ligadas à mineração e preservam a força da religiosidade. Também compartilham o valor dado às tradições que atravessaram séculos e continuam mobilizando moradores e visitantes.
Aspectos que aproximam Congonhas e Sabará:
Festas que unem fé, música e culinária.
Igrejas e conjuntos arquitetônicos coloniais preservados.
Cotidiano marcado por tradições religiosas e culturais.
Essa semelhança mostra como Minas Gerais se formou a partir de núcleos urbanos que equilibraram devoção, trabalho e comunidade.
O que esperar de uma viagem a essas cidades?
A viagem a Congonhas e Sabará pede tempo e disposição para observar detalhes. Em Congonhas, a arte barroca impressiona e convida à contemplação. Cada escultura, cada capela, cada símbolo carrega séculos de história e de fé. Já em Sabará, a visita é marcada pela vivência cultural, seja em uma festa popular, seja em uma simples conversa em uma venda tradicional.
Essas cidades não devem ser vistas apenas como paradas rápidas em roteiros maiores. Elas merecem atenção exclusiva, porque é no ritmo calmo das ladeiras e na observação dos interiores das igrejas que o visitante compreende a dimensão de sua herança cultural.
Como planejar o roteiro entre Congonhas e Sabará?
Embora estejam em regiões diferentes de Minas, as duas cidades podem ser combinadas em uma mesma viagem. Congonhas se encaixa bem em um dia inteiro, já que o santuário e suas capelas demandam tempo. Sabará pode ocupar outro dia, especialmente se a visita coincidir com algum festival gastronômico.
Sugestão de roteiro prático:
Dia 1: Congonhas – visita ao Santuário, museus e caminhada pelas capelas.
Dia 2: Sabará – passeio pelo centro histórico e participação em festas ou feiras locais.
Com isso, o viajante equilibra contemplação artística em Congonhas e experiências culturais e gastronômicas em Sabará.
Quais erros o visitante deve evitar?
Ao planejar o roteiro, é importante não cair em simplificações. O primeiro erro é pensar que Congonhas se resume apenas aos profetas. O conjunto das capelas faz parte essencial da experiência. Em Sabará, outro equívoco é subestimar o interior das igrejas, que guardam detalhes únicos e exigem observação cuidadosa.
Também vale ressaltar que as datas de festas gastronômicas mudam a cada ano. Verificar a programação oficial antes da viagem evita frustrações e permite aproveitar melhor a experiência.
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Um convite para olhar além dos cartões-postais
Congonhas e Sabará não são apenas destinos turísticos: são cidades em que arte, fé e cultura ainda caminham lado a lado. Em Congonhas, a grandiosidade barroca emociona em cada detalhe esculpido. Em Sabará, os sabores e as festas revelam como tradição e comunidade se mantêm fortes.
Viajar para essas cidades é abrir espaço para experiências que unem passado e presente. É perceber que Minas não se revela apenas nos grandes ícones, mas também em cada ladeira, em cada igreja e em cada mesa partilhada. Um convite para olhar com calma, sentir cada momento e levar consigo não só imagens, mas histórias que permanecem vivas.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.


Congonhas/MG - Foto: Igor Souza