Por que viajantes estão trocando cidades famosas por esse cantinho quase secreto de Minas?

Descubra um distrito histórico cercado por serras, capelas e cachoeiras, perfeito para quem busca tranquilidade e experiências autênticas

Escrito por:
Igor Souza

Publicado em:
15/09/2025

Tocado pelas grandes montanhas da Serra do Caraça, o pequeno distrito de Morro d’Água Quente tem se revelado um verdadeiro refúgio para quem busca a calma de Minas Gerais. Localizado a cerca de 140 km de Belo Horizonte, o vilarejo, que pertence a Catas Altas, oferece uma mistura única de paisagens de montanha, águas limpas e tradições que parecem ter parado no tempo. É um destino de isolamento tranquilo, onde a energia é movida pela fé, pela acolhida e pela simplicidade de sua gente.

  • A serenidade de um vilarejo que parece ter parado no tempo.

  • A natureza preservada com trilhas e cachoeiras de fácil acesso.

  • A culinária e a hospitalidade mineira que tornam a experiência autêntica.

Um distrito onde a tradição ainda mora na praça

Quem chega a Morro d’Água Quente logo percebe que o coração do distrito bate em torno da sua igrejinha e da pequena praça central. A Igreja do Senhor do Bonfim, com sua frente simples e beleza rústica, é o centro da vida religiosa da comunidade e um símbolo da fé que molda o dia a dia local. A devoção ao padroeiro é celebrada com uma tradicional festa, marcada por missas, procissões e manifestações culturais que unem moradores e visitantes.

Além dessa celebração, é comum encontrar eventos simples organizados pelos próprios moradores, como almoços comunitários ou rodas de viola. Esses gestos fortalecem o senso de comunidade e tornam a experiência do visitante mais humana e memorável. Não é um destino de multidões, e talvez por isso mesmo conquista quem chega em busca de uma experiência mais verdadeira e afetiva, longe do agito das grandes cidades.

O que a natureza oferece por aqui?

A natureza é um dos maiores encantos de Morro d’Água Quente. O distrito está cercado por áreas de mata nativa, trilhas leves e riachos de águas limpas que convidam a momentos de calma e descanso. Embora muitas das grandes cachoeiras da região estejam em localidades vizinhas, os arredores de Morro d’Água Quente oferecem paisagens igualmente bonitas e relaxantes.

Um dos pontos mais procurados é a Cachoeira da Santa, que fica perto da vila. Ela tem fácil acesso e é cercada por mata nativa, sendo ideal para banhos gostosos e momentos de tranquilidade. As famílias locais costumam ir lá nos fins de semana, fazendo do lugar um ponto de encontro e união, onde o som da água se mistura ao das conversas tranquilas.

  • A Cachoeira da Santa, que oferece banhos refrescantes e tranquilidade.

  • Trilhas leves e riachos de águas limpas, ideais para caminhadas.

  • O cenário de montanha que cerca o vilarejo com a Serra do Caraça.

O patrimônio que resiste entre o barroco e as montanhas

Mesmo com a passagem do tempo, Morro d’Água Quente ainda mantém partes de sua arquitetura tradicional. As casas antigas, com paredes de barro, janelas azuis e telhados coloniais, se espalham pelas ruas de terra. O conjunto de casas, mesmo sendo simples, mostra um jeito de viver que valoriza a harmonia com a natureza e a união entre os vizinhos.

A paisagem é cercada pela Serra do Caraça, que se ergue ao fundo com sua vegetação nativa e encostas recortadas. Muitos viajantes que se hospedam em Catas Altas fazem questão de incluir o distrito no roteiro, buscando esse contraste entre o cenário de montanha e o dia a dia tranquilo. Com sorte, é possível ver a neblina nas manhãs mais frias, o que cria um clima de encanto e silêncio.

Que sabores a culinária local revela?

Não há muitos restaurantes em Morro d’Água Quente — e é justamente isso que reforça sua autenticidade. Algumas casas de moradores servem refeições feitas no fogão à lenha, com pratos típicos como frango com quiabo, feijão tropeiro e doce de leite caseiro. Comer ali é mais do que uma refeição: é um ato de partilha, que faz com que o visitante se sinta em casa.

Essas experiências não estão em cardápios online ou aplicativos. É na conversa com um morador ou na indicação de um guia local que se descobre onde provar os melhores quitutes. São também nesses momentos que surgem as histórias, os causos e o aprendizado sobre a vida na roça, que ainda está muito presente no distrito.

  • Comida mineira feita no fogão à lenha.

  • Pratos típicos como frango com quiabo e feijão tropeiro.

  • Doce de leite e quitutes caseiros, com o sabor da tradição.

O turismo de experiência e a conexão com o essencial

Diferente das cidades turísticas cheias de atrações, Morro d’Água Quente convida a outro tipo de viagem: a da calma, do afeto e da escuta. É o lugar perfeito para quem busca desacelerar, caminhar sem pressa, ver o pôr do sol ou participar de uma conversa com moradores. A falta de excesso é, na verdade, o que mais atrai.

Existem opções de hospedagem simples, como casas e chalés, que podem ser alugados diretamente com os donos ou por plataformas. Quem escolhe ficar por lá costuma gostar do silêncio das noites, da brisa fresca que desce das montanhas e do céu cheio de estrelas, sem as luzes das cidades. É um destino para quem valoriza o que realmente importa.

+ Leia também: Cidades históricas em Minas que merecem estar no seu próximo roteiro

Um destino que conquista sem prometer demais

Morro d’Água Quente não briga com grandes cidades turísticas — e talvez por isso esteja ganhando espaço no coração dos viajantes mais atentos. Entre serras e cachoeiras, tradições e silêncios, esse cantinho quase secreto de Minas mostra um jeito mais leve de viajar: aquele em que a paisagem e as pessoas vivem no mesmo ritmo. Para quem busca se reconectar com o essencial, o destino pode ser exatamente o que faltava.

A localização próxima a Catas Altas e ao Santuário do Caraça permite que o distrito seja incluído em um roteiro mais amplo, mas sua alma é a de um destino à parte. É o tipo de lugar que recebe de braços abertos e deixa saudade mesmo em quem achava que só estava de passagem.

Sobre o autor:

Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.

Casa histórica no centro turistico do distrito Morro d'Água Quente, Catas Altas Minas Gerais
Casa histórica no centro turistico do distrito Morro d'Água Quente, Catas Altas Minas Gerais

Morro d'Água Quente/MG - Foto: Igor Souza

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