Você sabia que esse lugar já foi capital de Minas?
Mariana guarda riquezas culturais, religiosas e naturais que revelam o berço da história mineira. Descubra tudo o que essa cidade tem a oferecer
Um berço de histórias que moldaram Minas Gerais
No interior das montanhas de Minas, existe um lugar onde o tempo parece caminhar ao ritmo dos sinos das igrejas e das histórias escritas em pedra sabão. Mariana cidade turística em Minas Gerais é considerada o ponto de partida histórico do estado, por ter sido a primeira vila elevada à condição de cidade e capital da então Capitania de Minas.
Caminhar por suas ruas é mergulhar no passado mineiro. Com cerca de 110 km de distância de Belo Horizonte, Mariana encanta pela arquitetura barroca, pelo casario preservado e pela memória viva que pulsa em cada detalhe do centro histórico.
O centro histórico e suas memórias
Mariana é um convite para desacelerar. No centro histórico, a Praça Minas Gerais chama atenção pela harmonia entre três importantes construções: a Igreja de São Francisco de Assis, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a antiga Casa da Câmara. Todas elas formam um dos conjuntos urbanos mais representativos do barroco mineiro.
Os detalhes esculpidos em pedra sabão, os altares dourados e as fachadas imponentes não são apenas belas — são testemunhas do ciclo do ouro e da construção do que viria a ser Minas Gerais. E ao redor da praça, lojas, ateliês e cafés completam o cenário com um charme acolhedor.
A religiosidade ainda presente no cotidiano
Em Mariana, fé e tradição caminham juntas. A Catedral da Sé, além de seu valor arquitetônico, abriga um dos órgãos mais antigos das Américas ainda em funcionamento, ainda em funcionamento. Missas e celebrações seguem acontecendo ali, mantendo viva a espiritualidade que moldou a cidade.
Durante o ano, diversas manifestações religiosas movimentam as comunidades urbanas e rurais. A Semana Santa é um dos períodos mais marcantes, com procissões, encenações e tapetes coloridos. Nos distritos, as festas em honra a padroeiros como Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião envolvem moradores em rituais passados de geração em geração.
Sabores que vêm da tradição
A cozinha em Mariana preserva o gosto da roça com autenticidade. Em restaurantes e quitandas, os visitantes encontram delícias como costelinha com ora-pro-nóbis, feijão tropeiro, pastel de angu e torresmo crocante. A variedade de pratos típicos mostra o cuidado com os ingredientes e a força da tradição familiar.
Nos distritos, as quitandas ganham protagonismo: broas, bolos de fubá, rosquinhas e biscoitos de polvilho são vendidos diretamente das mãos de quem produz. Esses sabores traduzem uma parte essencial da identidade mineira — simples, acolhedora e feita com afeto.
Arte sacra e música preservadas
O Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Mariana guarda peças valiosas da história religiosa da região, incluindo imagens, mobiliário e objetos litúrgicos de séculos passados. Já o Museu da Música é referência na conservação de partituras e instrumentos ligados às tradições religiosas locais.
Esses espaços, localizados no centro da cidade, não apenas exibem o passado, mas também contribuem para que ele continue fazendo parte da vida cotidiana. É comum encontrar concertos, ensaios e encontros que mantêm viva a musicalidade barroca em Mariana.
O encanto dos distritos e suas paisagens
O município de Mariana vai além do centro histórico. Distritos como Santa Rita Durão, Camargos, Bandeirantes, Cláudio Manoel e Monsenhor Horta guardam igrejas antigas, praças simples e paisagens serranas de grande beleza. A atmosfera é de tranquilidade e raízes profundas.
Em alguns desses locais, a tradição da festa de reis, as folias e os congados ainda resistem, criando momentos únicos para quem busca vivenciar a cultura local de forma autêntica. Além disso, há rios, trilhas e áreas verdes que revelam outra face de Mariana: a conexão com a natureza.
Economia criativa e o valor do feito à mão
Mariana também se destaca pela produção artesanal. O trabalho em madeira, pedra sabão, cerâmica e tecidos é valorizado e divulgado por meio de feiras, lojas locais e ateliês. Os produtos carregam traços da religiosidade, das paisagens locais e dos costumes do povo mineiro.
Ao adquirir uma peça feita por mãos marianenses, o visitante leva mais que um objeto — leva uma história. Essa valorização da economia criativa fortalece não apenas os artesãos, mas também o sentimento de pertencimento à cultura regional.
Mariana hoje: entre tradição e renovação
Apesar da forte ligação com o passado, Mariana é uma cidade viva. Projetos culturais, ações de educação patrimonial e eventos contemporâneos vêm transformando a cidade em um polo de encontros criativos. A juventude participa da cena cultural, e novos negócios têm surgido com foco em sustentabilidade e turismo consciente.
Ao mesmo tempo, a cidade enfrenta desafios relacionados à preservação ambiental, especialmente em áreas com influência da atividade mineradora. O futuro de Mariana depende de equilíbrio entre desenvolvimento e respeito ao patrimônio que construiu sua identidade.
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Perguntas frequentes sobre Mariana
Mariana já foi capital de Minas Gerais? Sim. Foi a primeira capital da Capitania de Minas, antes da transferência da sede para Ouro Preto.
Qual a distância entre Mariana e Belo Horizonte? A cidade está localizada a aproximadamente 110 km da capital mineira, com acesso pela BR-356.
Quais os principais pontos turísticos de Mariana? Praça Minas Gerais, Catedral da Sé, Museu Arquidiocesano, Museu da Música e os distritos rurais com igrejas e paisagens naturais.
Mariana tem estrutura turística? Sim. Conta com opções de hospedagem, alimentação, transporte e serviços turísticos, especialmente no centro histórico.
Há festas religiosas abertas ao público? Sim. As principais são a Semana Santa e as festas dos padroeiros, tanto na sede quanto nos distritos, com envolvimento popular e abertura aos visitantes.
O que levar como lembrança de Mariana? Artesanato local em pedra sabão, cerâmica, bordado e quitandas tradicionais feitas por moradores da região.
Descubra a cidade onde Minas começou
Mariana não é só uma cidade antiga. É um elo entre passado, presente e futuro. Suas igrejas, festas, sabores e paisagens não estão apenas preservados — estão vivos, pulsando a cada esquina.
Visitar Mariana é voltar às raízes de Minas Gerais. É encontrar histórias contadas em altares dourados, em cafés compartilhados e em cantos de ladainha que ainda ecoam pelos becos. E é, sobretudo, sentir que há lugares onde o tempo não apaga — apenas transforma em memória viva.
Sobre o autor:
Igor Souza é criador do Olhares por Minas, fotógrafo e especialista em turismo mineiro. Viaja por cidades históricas, cachoeiras e vilarejos, buscando contar as histórias que Minas tem a oferecer. Saiba mais sobre o autor clicando aqui.
Mariana/MG - Foto: Igor Souza